19 de agosto de 2024 às 11:12
O fenômeno climático La Niña deve chegar entre setembro e novembro deste ano, de acordo com a nova atualização do Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos (CPC/NCEP), divulgada nesta quinta-feira, 8 — há 66% de chances de o La Niña ocorrer, segundo o órgão norte-americano.
Durante um evento de La Niña, a temperatura do Oceano Pacífico na região tropical fica abaixo da média, e esse resfriamento provoca uma série de efeitos climáticos, que incluem chuvas mais intensas na Ásia e condições mais secas em algumas áreas da América do Sul.
A previsão anterior era de que o La Niña ocorresse em agosto, ou seja, ainda no inverno brasileiro, entretanto, o fenômeno deve ter início na primavera e ter fraca intensidade, segundo o CPC/NCEP.
A previsão é de que o fenômeno traga alívio para produtores agrícolas que enfrentaram sérios problemas recentemente – isso inclui a possibilidade de compensar os danos causados por secas severas na África e das enchentes históricas no Rio Grande do Sul, por exemplo.
No Brasil, o fenômeno La Niña pode impactar o país de diversas maneiras, especialmente em relação às suas principais culturas agrícolas, como soja, café e açúcar.
Segundo a Climatempo, caso ocorra o La Niña, o Norte e Nordeste do Brasil devem receber mais chuvas do que o habitual, o que pode ser vantajoso para a agricultura local. Já o Sul poderá experimentar menos chuvas, com possibilidade de geadas tardias e estiagem no verão
No caso da soja, o clima mais seco e quente deve atingir a maioria das regiões produtoras de soja no sul do Brasil, com destaque para o Rio Grande do Sul, um dos principais estados produtores da oleaginosa no país.
"É um indicativo que nos causa apreensão. A estratégia do produtor é ter planejamento, profissionalismo e gestão. Ele deve ter um sistema de gestão ajustado para compreender o fenômeno climático", afirmou à EXAME, Alencar Paulo Rugeri, da Emater/RS