Economia

Análise: Pressão inflacionária ameaça ritmo de corte de juros pelo Banco Central. Por que isso importa?

Antonio Temóteo

15 de março de 2024 às 17:05

O Banco Central (BC) pode ser obrigado a sinalizar uma redução do ritmo de corte de juros, atualmente em 11,25% ao ano, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 19 e 20 de março, afirmaram à EXAME ex-diretores da autoridade monetária e economistas.

Foto: presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

O primeiro ponto observado é que a inflação corrente ficou acima das projeções divulgadas no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A equipe do presidente Roberto Campos Neto esperava que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrasse alta de 0,50% em dezembro,

Entretanto, o IPCA acumulado de março de 2023 a fevereiro de 2024 chegou a 4,5%. Em dezembro de 2023, a taxa chegou a 0,56%, no primeiro mês de 2024, totalizou 0,42%, e, no segundo, 0,83%. A inflação corrente se tornou um problema real, com pressões do setor de serviços

Para piorar, o IPCA é um dos problemas que têm afetado a popularidade de Lula, como mostrou a EXAME.

Foto: (sem legenda) (Andre Coelho/Getty Images)

O segundo ponto de destaque que chama a atenção dos analistas é a força da economia no primeiro mês do ano. O setor de serviços cresceu 0,7% em janeiro e o comércio, 2,5%. A pujança econômica - positiva para o país - é mais um risco na equação do BC para a controlar a inflação

Todo esse contexto tem estimulado um debate sobre os próximos passos da autoridade monetária no processo de redução de juros.

Uma aceleração do ritmo de cortes para 0,75 ponto percentual está sepultada. O risco, agora, é de redução dessa magnitude para 0,25 ponto percentual.

Análise: Risco de redução do ritmo de corte de juros pelo BC ganha força com pressões inflacionárias