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Sem perspectiva de dividendos extraordinários, Petrobras (PETR4) sofre duplo rebaixamento

Juliana Alves

9 de junho de 2025 às 16:52

Agência Petrobras/Divulgação

A Petrobras (PETR4) recebeu hoje o rebaixamento de “compra” para “neutra” por dois bancos de investimento. O Santander revisou o preço-alvo da ação da estatal, de R$44 para R$38, enquanto o Bank of America (BofA) fez uma redução ainda mais acentuada, de R$42 para R$34.

Petrobras/Divulgação

De acordo com os analistas, a empresa não deve pagar dividendos extraordinários nos próximos anos. A cautela é consequência da crescente volatilidade nos preços do petróleo e de um cenário regulatório que pode afetar a rentabilidade da companhia e sua política de dividendos.

Os papéis da Petrobras chegaram a cair 2,83% nesta segunda-feira, e, por volta das 16h29, recuavam 0,88%, cotado a R$29,37.

Divulgação/Freepik

A perspectiva negativa do BofA se deve ao aumento dos riscos regulatórios e as incertezas macroeconômicas, devido ao potencial "pacote de petróleo" do governo brasileiro, que inclui medidas para aumentar as receitas fiscais, como o aumento de royalties.

Illustration by Budrul Chukrut/SOPA Images/LightRocket via/Getty Images

Essas mudanças podem pressionar o fluxo de caixa da Petrobras e reduzir sua capacidade de gerar retornos robustos para os acionistas, diz o banco. O aumento da produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEC+) está pressionando os preços do petróleo.

Fernando Frazão/Agência Brasil

Ao longo prazo, a estatal pode encarar outro problema: a alavancagem. O Santander destaca que, caso os preços do petróleo permaneçam baixos por um período prolongado, a empresa deverá evitar pagar dividendos extraordinários, devido ao seu endividamento elevado.

A relação dívida líquida/EBITDA da Petrobras está projetada para atingir 1,6 vezes em 2025, acima da média de seus concorrentes, que geralmente estão abaixo de 1,0 vez. O EBITDA ajustado para 2025 deve cair para US$ 38,5 bilhões, um aumento modesto em 2026, para o Santander.

AFP/

A variável “eleições 2026” também pode contribuir para as perspectivas da Petrobras. “A aprovação do presidente Lula está em queda, e um candidato mais amigável ao mercado poderia impactar positivamente a percepção sobre ações como a Petrobras no futuro”, destacam os analistas.

Sem perspectiva de dividendos extraordinários, Petrobras (PETR4) sofre duplo rebaixamento