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Por que o algoritmo do TikTok está no centro das tensões em torno do app
Tecnologia é responsável por escolher o que é exibido aos usuários e parte do embate tecnológico entre EUA e China.
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TikTok: algoritmo do aplicativo usa dados de usuários para exibir conteúdo, o que preocupa governos na China e nos EUA (Jenice Kim/The New York Times)
Publicado em 12 de setembro de 2020 às, 08h00.
Poucas disputas no mercado de tecnologia em 2020 foram tão emblemáticas quanto a que está sendo travada em torno do TikTok. O aplicativo é um fenômeno na criação de conteúdo, alçou novos influenciadores ao estrelato e uniu milhões em torno da mesma plataforma, mas agora é pivô das disputas geopolíticas entre Estados Unidos e China.
Pelo tamanho que tomou em seus dois anos de existência — o TikTok já foi baixado mais de 2 bilhões de vezes no mundo —, a plataforma chamou a atenção. Por receio de como os dados dos usuários são usados e armazenados, o presidente americano Donald Trump chegou a assinar uma ordem executiva, exigindo a venda das operações americanas do app. A China, onde está sediada a Byte Dance, startup dona do aplicativo, não deixou por menos: traçou novas exigências sobre a venda de tecnologia, principalmente as que são baseadas em inteligência artificial.
Todos os fenômenos em questão têm origem numa mesma fonte: o algoritmo do TikTok. Ele é responsável por direcionar conteúdo aos usuários da plataforma e, consequentemente, pelo sucesso do aplicativo.
São as informações que alimentam o app que preocupam o governo americano e é a expertise por trás do desenvolvimento dessa ferramenta que fez com que o governo chinês tente proteger sua comercialização. Ao mesmo tempo que esse algoritmo é a cereja do bolo do TikTok é também o motivo de sua controvérsia: o app triunfou ao trazer uma nova leva de criadores e de conteúdo a milhões de usuários, mas sua capacidade em fazer isso gerou desconfiança e questionamentos mundo afora.
Para Abel Reis, especialista em mídias digitais e sócio fundador da consultoria Logun Ventures, os algoritmos de reconhecimento de padrões, ainda mais no consumo de conteúdo, que é exatamente a que o TikTok se propõe, são um tema sensível do ponto de vista de privacidade e geopolítica. “Você coloca uma máquina raciocinando em escala global o comportamento do consumidor. Isso te dá oportunidade de conhecer interesses, comportamento de enxame, em diversos países mundo afora. Tem um interesse geopolítico, sem dúvida”.
O aplicativo sabe desse problema e tentou esclarecer essas questões nesta semana, quando realizou um encontro com jornalistas americanos para explicar o funcionamento do algoritmo, adotando uma estratégia de transparência.
“Não tivemos a oportunidade de crescer nos anos dourados da internet, quando as companhias de tecnologia não erravam. Crescemos na era da represália à tecnologia, em que há muito ceticismo sobre as plataformas, como elas moderam conteúdo e como algoritmos funcionam”, disse Michael Beckerman, vice-presidente responsável por política pública nos EUA no TikTok, segundo o portal Axios.
Como funciona o algoritmo do TikTok?
O que diferencia o TikTok dos concorrentes é justamente a maneira como o app seleciona e exibe o conteúdo por meio de seu algoritmo. Esse é considerado seu molho secreto. Ao contrário de redes como o Instagram, o Facebook ou o Twitter, que priorizam o conteúdo publicado pelas pessoas seguidas pelos usuários, o TikTok tem uma distribuição mais coletiva.
Quando um usuário entra na plataforma pela primeira vez ele recebe 8 vídeos que mostram com diferentes tendências que estão acontecendo na plataforma — em termos de humor, música e outros tópicos.
A partir daí, o algoritmo identifica quais desses vídeos tiveram maior interação do usuário: quais ele passou mais tempo vendo, recomendou para amigos, curtiu. Novos vídeos são exibidos e a inteligência artificial vai reconhecendo o interesses dos usuários. Localização geográfica, hashtags, pessoas que o usuário seguiu e outras informações ajudam a completar o combo de informações.
Quando informação suficiente é coletada, o aplicativo consegue entender bem o que agrada àquela pessoa e inclui o usuário em “bolhas de conteúdo”. O fenômeno é tão claro que dentro da própria rede é reconhecido e chamado de “lados do TikTok”. Não raro é possível ver algum vídeo dando boas-vindas a um usuário porque ele finalmente chegou a um lado específico do TikTok.
Ao Axios, o TikTok afirmou que estuda como essas bolhas funcionam, quanto tempo elas duram e como interrompê-las caso seja necessário. Principalmente porque a existência de bolhas desse tipo pode ajudar na disseminação de boatos e conteúdo falso.
Para Fabro Steibel, diretor executivo do Instituto de Tecnologia Social, outra proeza do TikTok é a utilização de elementos dos games — a chamada gamificação —, para incentivar as pessoas a publicar vídeos e acessar o app. “A gamificação acontece quando o app dá uma bonificação para o usuário ao fazer alguma coisa. Essa é uma das grandes receitas utilizadas para aumentar o tempo de consumo do aplicativo”, afirma.
(Arte/Exame)-
Futuro da plataforma
O destino do TikTok deve ser traçado nos próximos dias. Com as restrições impostas por ambos os governos, uma venda é complicada e um negócio difícil de ser costurado. O prazo inicial dado por Trump se encerra na próxima terça-feira, 15, e o mandatário já avisou que não deve dar prorrogação adicional.
Apesar disso, uma proibição direta é complicada de ser feita nos EUA e é possível que o TikTok seja minado aos poucos, com restrições de download nas lojas de aplicativos. O que pode ser considerada uma nova etapa dessa disputa.
Mas independente do destino do app, o emblema por trás da disputa se mantém. O TikTok surgiu numa época de maior escrutínio sobre dados de usuários, com leis específicas sobre uso e tratamento de informações — e com mais gente de olho nisso. É um mundo pós-Cambridge Analytica. Governos e autoridades temem uma ferramenta que alcança milhões de pessoas e pode amplificar discursos e comportamentos. Essa é uma discussão, provavelmente, viverá além do TikTok.
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