Ciência

Equipe de astrônomo brasileiro descobre estrelas gêmeas do Sol

O estudo é um importante passo na busca por estrelas semelhantes ao Sol que podem abrigar planetas habitáveis como a Terra

Ilustração de estrelas gêmeas do Sol (David A. Aguilar (CfA))

Ilustração de estrelas gêmeas do Sol (David A. Aguilar (CfA))

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2014 às 14h04.

Uma equipe internacional de cientistas liderada pelo astrônomo brasileiro José Dias do Nascimento descobriu novas estrelas gêmeas do Sol. O estudo é um importante passo na busca por estrelas semelhantes ao Sol que podem abrigar planetas habitáveis como a Terra.

Em nota, Adriana Valio, presidente da Sociedade Astronômica Brasileira, diz que uma gêmea solar precisa ter uma temperatura e massa semelhante ao nosso Sol, por exemplo. Também é desejável que essa estrela gêmea tenha uma idade de cerca de 4,5 bilhões de anos. No entanto, medir a idade de uma estrela é algo difícil para os astrônomos, que costumam ignorar esse fator quando precisam definir se a estrela é parecida com o Sol.

Mas uma nova técnica que mede a rotação das estrelas tem ajudado esses astrônomos, que já conseguiram identificar a idade de 22 estrelas semelhantes ao Sol. Antes, só duas estrelas parecidas com o Sol tinham suas idades definidas.

Para medir a rotação de uma estrela, os astrônomos observaram as mudanças em seu brilho causadas por manchas escuras que cruzam a superfície da estrela. Ao analisar quanto tempo uma mancha leva para girar em torno da estrela é possível medir o quão rápido gira uma estrela.

Assim como os seres humanos, estrelas mais jovens giram mais rápido do que as estrelas mais velhas, ou seja, elas acalmam-se à medida que envelhecem. A rotação de uma estrela pode, portanto, revelar a sua idade.

Foi com essa técnica, a partir de observações feitas com telescópio espacial Kepler, da Nasa (agência espacial americana), que os cientistas descobriram estrelas com as propriedades do Sol. Segundo Nascimento, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA), a descoberta permite que seja possível estudar o passado, o presente e o futuro dessas estrelas. Consequentemente, é possível prever como os sistemas planetários como o nosso sistema solar serão afetados pela evolução de suas estrelas centrais.

As estrelas e os planetas se formam ao mesmo tempo, logo, a idade de uma estrela revela também a idade de seus planetas. Como é preciso tempo para que a vida se desenvolva e evolua, saber as idades de estrelas centrais de planetas fora do sistema solar também pode ajudar os cientistas a focar nos melhores alvos em busca de sinais de vida alienígena. 

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