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Enquanto a Intel sofre perda da Apple, rival MediaTek cresce

A empresa taiwanesa virou líder do mercado de processadores na América Latina neste ano e aposta em celulares, chromebooks e eletrônicos diversos

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MediaTek: novo chip Dimensity700 é compatível com 5G (MediaTek/Divulgação)

MediaTek: novo chip Dimensity700 é compatível com 5G (MediaTek/Divulgação)

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Lucas Agrela

Publicado em 10 de novembro de 2020, 15h52.

Última atualização em 10 de novembro de 2020, 17h22.

Enquanto a Intel perdeu a parceria comercial com a Apple para processadores, anos depois de ter perdido a onda dos smartphones, a concorrente taiwanesa MediaTek cresce em diversas frentes, incluindo celulares, alto-falantes inteligentes, TVs conectadas, dispositivos 5G e soluções corporativas de internet das coisas.

A companhia estima que irá atingir receita global de 10 bilhões de dólares pela primeira vez em 2020. “A MediaTek terá crescimento de mais de 20% em receita e forte lucro graças ao nosso portfólio variado”, afirma Rick Tsai, em entrevista coletiva acompanhada por EXAME. No mundo, a empresa é a quarta maior no setor de design de chips (por receita). Assim como outras empresas do ramo, a MediaTek segue o modelo fabless, ou seja, ela não possui fábricas, mas cria projetos de processadores para terceiros.

Com estratégia de volume e acesso à tecnologia em diferentes faixas de preços, a MediaTek assumiu a liderança do mercado de processadores para celulares na América Latina no primeiro trimestre deste ano, segundo dados do relatório Quarterly Mobile Phone Tracker feito pela consultoria americana IDC. A companhia chegou a 32% de fatia de mercado no período. No primeiro trimestre de 2019, a empresa tinha 18,34% do setor na América Latina. No Brasil, o salto foi de 11,09%, o que a levou a deter 32,7% do mercado, mas ela ainda está atrás da americana Qualcomm, que é liderada pelo brasileiro Cristiano Amon. No mercado brasileiro, os chips da MediaTek estão presentes em diversos smartphones da sul-coreana LG.

"O Brasil está entre os cinco principais mercados do mundo em termos de volume. É um mercado que não é ruim em termos de níveis de preços médios de smartphones, ainda que esteja abaixo de Europa e Estados Unidos. A média é mais alta do que a da Índia e a de outros países da América Latina. Trabalhamos no Brasil com chips de celulares e entramos em internet das coisas neste ano. Também visualizamos investimentos em outras áreas", diz Samir Vani, diretor geral da MediaTek no Brasil.

Hoje, a MediaTek apresentou hoje seus chipsets MT8192 e MT8195, que foram feitos para uma categoria crescente no mercado de computadores portáteis: os Chromebooks. Os produtos visam oferecer grande poder de processamento aliado a uma longa duração de bateria e permitirá que os Chromebooks sejam usados videoconferências, streaming de vídeo para jogos na nuvem e aplicações de inteligência artificial. Os Chromebooks são uma categoria de notebooks de menor custo e que funcionam com uma versão ampliada do navegador Google Chrome, em vez de usar Windows ou Linux Ubuntu.

Neste ano, a MediaTek tem chips presentes em 2 bilhões de eletrônicos variados, como o Echo Dot, o alto-falante da Amazon que vem equipado com a assistente de voz Alexa. Para continuar a inovar e manter o ritmo de crescimento global, a MediaTek investe 2,5 bilhões de dólares ao ano em pesquisa e desenvolvimento. As pesquisas são voltadas a frentes como 5G, Wi-Fi 6, Wi-Fi 7 (em breve) e em processamento de imagens em 8K em TVs.

A fronteira do 5G

A próxima fronteira é a internet 5G, tendência global que promete conectar trilhões de dispositivos à nuvem – não só celulares, como também outros aparelhos do mercado de consumo e do segmento corporativo. A empresa já tem chips 5G para smartphones, como recém-anunciado Dimensity 700. Mas ainda há espaço para crescer nesse campo. Os planos da taiwanesa envolvem avançar na tecnologia de ondas milimétricas, que trazem os principais benefícios do 5G, como a alta velocidade de transmissão de dados e a possibilidade de conectar diversos dispositivos a uma mesma rede. No momento, a companhia aposta mais na tecnologia sub-6, utilizada para conectar-se a redes 5G que usam frequências do 4G, como acontece no serviço oferecido pela operadora Claro no Brasil, seguindo os moldes da Verizon nos EUA.

Segundo a consultoria Canalys, o número de smartphones 5G vendidos em 2020 deve atingir 278 milhões, com a China como principal mercado. A Canalys estima também que o mercado mundial de smartphones deve ter queda de 10,7% nas vendas, ante números de 2019. No entanto, a retomada vem aí. O próximo ano deve registrar uma forte recuperação. A consultoria estima um aumento de 9,9% em 2021, levando o mercado de volta ao patamar de 2019, com 1,3 bilhão de smartphones vendidos no mundo. A consultoria chinesa Counterpoint Research reportou que o crescimento de vendas globais de celulares compatíveis com o 5G foi de 1.327% no mês de junho em comparação com o mesmo período no ano passado.

A MediaTek ainda está distante do topo do mercado, liderado pela Qualcomm, e sua receita anual de 2020 ainda é a metade da registrada pela Intel em apenas um trimestre. Além disso, há a ameaça da Nvidia, que comprou a ARM neste ano. Mas, na América Latina, a taiwanesa ganha cada vez mais importância.

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