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Cientistas acham estrelas sobreviventes na Via Láctea

Descoberta reforça a teoria de que o bojo da galáxia cresceu através da fusão de aglomerados de estrelas primordiais


	Estrelas da Via Láctea
 (Eso/AFP)

Estrelas da Via Láctea (Eso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2016 às 18h41.

Berlim - Uma equipe internacional de cientistas descobriu no centro da Via Láctea a presença de estrelas antigas do tipo conhecido como RR Lyrae, o que reforça a teoria de que o bojo da galáxia cresceu através da fusão de aglomerados de estrelas primordiais.

"Essas estrelas podem ser inclusive os do cúmulo estelar mais velho e em massa de toda a Via Láctea, um autêntico sobrevivente", destaca em comunicado o Observatório Europeu do Sul (ISSO), de sua sede de Garching, no sul da Alemanha.

As RR Lyrae são estrelas variáveis com um brilho que oscila regularmente e que se encontram em populações estelares antigas de mais de 10 bilhões de anos de idade.

Ao estudar seu brilho, os astrônomos podem calcular sua distância, mas muitas vezes essas estrelas permanecem ocultas pelo pó ou perdem protagonismo porque há estrelas jovens próximas que brilham muito mais.

A equipe comandada por Dante Minniti, da Universidade Andrés Bello de Santiago, e Rodrigo Contreras, da Pontifícia Universidade Católica do Chile, encontrou as RR Lyrae no superpovoado coração da Via Láctea graças ao telescópio de rastreamento infravermelho Vista (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy).

Este telescópio funciona como um gigantesco aspirador de pó e permite que os cientistas penetrem nas profundezas do entorno estelar.

Observando a luz infravermelha, a equipe pôde obter a visão mais clara conseguida até o momento dessa região e encontraram uma dúzia de velhas estrelas RR Lyrae no coração da Via Láctea que ainda não eram conhecidas.

"Este descobrimento de estrelas RR Lyrae no centro da Via Láctea tem importantes implicações na formação de núcleos galáticos. A evidência apoia o cenário no qual o bojo se criou a partir da fusão de poucos cúmulos globulares", explicou Contreras.

Esta descoberta refuta a hipótese que indica que os bojos são resultado de uma rápida acumulação de gás e apoia a teoria de que o bojo da Via Láctea se formou através da fusão de cúmulos globulares.

Estas estrelas não são apenas uma prova para apoiar uma importante teoria da evolução galática, explica o ISSO, mas também é provável que tenham mais de 10 bilhões de anos.

"Apesar serem tênues, são as tenazes sobreviventes do que pode ser o cúmulo de estrelas mais antigo e em massa dentro da Via Láctea".

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