Visão Global — O custo do Brexit
Enquanto o Reino Unido sofre para costurar um acordo para o Brexit, economistas preveem desaceleração da economia mundial
Modo escuro
A primeira-ministra britânica, Theresa May: na batalha para aprovar o acordo do Brexit | Xinhua/Sipa USA/FotoarenaXinhua/Sipa USA/Fotoarena /
Publicado em 22 de novembro de 2018, 04h12.
Última atualização em 22 de novembro de 2018, 11h44.
REINO UNIDO
O difícil acordo para o Brexit
A saída do Reino Unido do bloco econômico e político da União Europeia é uma novela que se arrasta há quase dois anos e meio. E, cada vez que o processo finalmente dá um passo à frente, surge uma resistência política no Reino Unido que ameaça fazer a negociação voltar à estaca zero. Foi assim em julho, quando a primeira-ministra britânica, Theresa May, apresentou suas propostas iniciais para o acordo, e foi assim também agora em novembro, quando o governo do Reino Unido e a União Europeia, enfim, chegaram a um acordo preliminar que ambos os lados pudessem aceitar.
O pacto ainda precisa ser votado pelos países da União Europeia e pelo Parlamento britânico, mas a resistência dos parlamentares do Reino Unido era tão forte que, até o dia 16, havia um risco concreto de a primeira-ministra sofrer um pedido de remoção por parte dos apoiadores de seu próprio partido, o Conservador.
O fato é que, se ambos os lados não chegarem a um consenso antes do dia 29 de março de 2019 (ou a uma decisão de ampliar esse prazo), o Reino Unido deixará a União Europeia completamente. Assim, qualquer troca comercial entre os dois lados passará a sofrer com as mesmas barreiras impostas a outros países. Nas contas da consultoria Oxford Economics, isso custaria à economia britânica algo como 2,7% do PIB e prejudicaria também os demais países da Europa, especialmente a Irlanda.

ECONOMIA MUNDIAL
Desaceleração à vista

Enquanto a economia brasileira ainda custa a dar sinais de uma recuperação mais robusta, no exterior a perspectiva é de uma desaceleração nos próximos dois anos. Economistas do banco suíço UBS esperam uma taxa de crescimento anualizada menor do que a atingida em junho deste ano, acima de 4%. Existem alguns riscos que podem piorar a situação, como uma escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, levando à imposição de tarifas de importação sobre todos os produtos comercializados entre esses dois países. Outro risco é uma eventual recessão nos Estados Unidos e também o aumento brusco das taxas de juro do país. O fato é que o melhor momento da economia mundial parece ter passado sem que o Brasil tivesse aproveitado essa onda.

ESTADOS UNIDOS
O efeito da reforma tributária

Uma das razões para a economia americana estar passando por um bom momento atualmente é o estímulo provocado pela reforma tributária aprovada pelo Congresso americano há quase um ano. A reforma reduziu as alíquotas de imposto de renda para empresas e contribuintes, gerando um estímulo ao consumo e aos investimentos.
Segundo os cálculos de analistas do banco Goldman Sachs, abertos a EXAME, a contribuição do estímulo fiscal representou pouco mais de 0,6 ponto percentual na taxa de crescimento do PIB neste ano. Foi o maior nível de contribuição da política fiscal entre as maiores economias mundiais, incluindo o Brasil. No próximo ano, no entanto, o efeito da reforma tributária deverá se dissipar e cair para 0,4 ponto percentual. A economia americana terá de encontrar outro tipo de estímulo para continuar crescendo em ritmo mais acelerado.

Últimas Notícias
Pré-candidato à reeleição, prefeito de SP se define como 'verdadeiramente de centro'
Há uma semanaBrilho artificial: como diamantes criados em laboratório ganharam espaço no mercado de luxo
Há uma semanaQuer ser um bom vendedor? Livro ensina melhores técnicas de venda para conquistar clientes
Há uma semanaBranded contents
Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions
O valor do propósito autêntico
Por que a MIGNOW se tornou a queridinha dos usuários SAP?
Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.
leia mais