Conheça sete candidatas a bolha no mercado financeiro nos dias atuais
Bolhas de ativos fazem parte do mercado há mais de 400 anos, desde a disparada do preço das tulipas na Holanda no fim do século 16. Mas nada parece se comparar ao momento atual. O excesso de recursos no mundo está levando diferentes categorias de ativos a preços recordes simultaneamente, a tal ponto que não são mais vozes isoladas que fazem o alerta de bolhas. O tema é cada vez mais recorrente nos relatórios de bancos e corretoras.
Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 e Nasdaq estão em seus recordes históricos, depois de já terem subido 16% e 44%, respectivamente, no ano passado. Os estrategistas do Bank of America alertaram em janeiro que o “avanço extremo” em Wall Street está formando uma bolha nos preços dos ativos e que os excessos podem desencadear uma correção no primeiro trimestre.
O Goldman Sachs disse que há ações nas bolsas americanas com múltiplos tão elevados e acima da média histórica que dificilmente os investidores que estejam com esses papéis vão ter o retorno que desejam. “Claramente, existem ativos com dinâmica de bolha. O caso mais recente é o da GameStop (a ação chegou a subir mais de 2.400% em menos de um mês)”, diz Dan Kawa, executivo-chefe de investimentos da gestora brasileira Tag.
O fenômeno não está restrito ao mercado americano. “Há vários ativos no Brasil que também estão com os preços desconexos dos fundamentos”, diz Bruno Lima, analista-chefe da EXAME Research, citando que não é normal uma empresa subir 100% em um mês.
No mercado doméstico, a forte migração de recursos para a bolsa por causa dos juros baixos contribui para a alta. “Há um fator psicológico. O investidor começa a achar que é difícil as coisas darem errado e passa a usar métricas não convencionais para justificar o preço pago”, afirma.
Mas nem todos os ativos que subiram de forma muito rápida são bolhas. Há teses que podem se provar verdadeiras, como a da Tesla e a do bitcoin. As ações da fabricante americana de carros elétricos valorizaram 740% em 2020, enquanto o bitcoin subiu 303%. “Parece fazer sentido que vamos deixar de usar combustíveis fósseis daqui a alguns anos ou passar a usar moedas digitais”, diz Kawa. Se são apostas acertadas, o tempo vai dizer.