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Agora vem a parte mais difícil para Shinzo Abe no Japão

O primeiro-ministro Shinzo Abe conseguiu tirar o Japão de uma deflação crônica. Mas ele será capaz de fazer a economia do país voltar a brilhar?

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	O primeiro-ministro Shinzo Abe: estímulos econômicos para tirar o Japão da apatia
 (Toru Yamanaka/AFP)

O primeiro-ministro Shinzo Abe: estímulos econômicos para tirar o Japão da apatia (Toru Yamanaka/AFP)

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Fabiane Stefano

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às, 16h59.

São Paulo - Um ano atrás, quando Shinzo Abe tomou posse como primeiro-ministro do Japão, nem mesmo seus eleitores mais otimistas poderiam prever o choque que ele daria na terceira maior economia do mundo nos 12 meses seguintes. O conservador Abe, uma cria daquele que deve ser o sistema político mais disfuncional do planeta, assumiu o cargo com um surpreendente jeitão de outsider.

Com o país estagnado há 15 anos, vítima da inação de seus políticos e da falta de vontade de consumir de seus habitantes, Abe iniciou o mais ousado programa econômico japonês do pós-guerra. Seus objetivos iniciais eram desvalorizar a moeda e acabar com a deflação (e, com isso, incentivar o consumo). Deu certo.

Em novembro, a inflação apurada nos últimos 12 meses foi de 0,3%, a maior desde 1998. O iene desvalorizou 20%, as exportações cresceram 18,6%, a expansão da economia foi de 1,1% e a bolsa valorizou 50%. 

Quando anunciou seu programa de reformas, Abe separou as iniciativas que tomaria em três etapas — ou “flechas”. Nas duas primeiras, estimularia a economia com pacotes nas áreas fiscal e monetária.

Ambas só seriam úteis no longo prazo se criassem as condições (políticas, sobretudo) para a terceira etapa, aquela em que Abe efetivamente atacaria os problemas estruturais do país. Mas essa etapa, na prática, ainda não começou.

As reformas para flexibilizar o mercado de trabalho, elevar a produtividade, expandir o comércio e aumentar a taxa de emprego entre as mulheres continuam em compasso de espera. São esses os problemas que os políticos japoneses nunca tiveram coragem de resolver. Abe mostrou, em seu primeiro ano, que coragem não lhe falta. A dúvida é se isso será suficiente a partir de agora.

Em outubro, ele anunciou uma série de projetos para aumentar o investimento privado e convencer as empresas a dividir com seus funcionários os lucros que tiveram com os estímulos econômicos de 2013. Os grupos contrários a esse tipo de medida são poderosos. Começa agora, portanto, a parte mais difícil das reformas de Abe. E a terceira flecha ele não pode errar.

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