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A receita da livraria Leitura para crescer enquanto concorrentes patinam

De Minas Gerais, a cadeia se expandiu para cidades das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste antes de buscar São Paulo e Rio de Janeiro

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O empresário Marcus Teles, presidente da livraria Leitura
 (Alexandre Resende / NITRO/Exame)

O empresário Marcus Teles, presidente da livraria Leitura (Alexandre Resende / NITRO/Exame)

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Mariana Desidério

Publicado em 13 de agosto de 2020, 05h30.

Última atualização em 16 de agosto de 2020, 16h37.

A rede de livrarias mineira Leitura vem comendo o mercado pelas beiradas há anos. E, em plena pandemia, consolida-se como a maior do setor em número de lojas. A rede tem previsão de abrir sete novas unidades em 2020, chegando a 79. Enquanto isso, o setor assiste à longa crise pela qual passam duas das livrarias mais icônicas do país: Saraiva e Cultura, em recuperação judicial desde 2018. O modelo de gestão que coloca a Leitura em uma rota contrária à de suas concorrentes em dificuldades financeiras inclui expansão pelo interior, gerentes-donos e foco nas lojas físicas. “Fomos contra a correnteza”, afirma Marcus Teles, presidente da rede e irmão do fundador.

A Leitura foi criada em Belo Horizonte, em 1967, por Emidio Teles de Carvalho. Na expansão para outras praças, em vez de brigar por espaço nos grandes centros, a prioridade foram as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde há carência de livrarias. A Leitura tem atualmente unidades em capitais como Porto Velho, Manaus, Palmas e Teresina. O investimento em novas lojas neste ano deverá ficar em 10 milhões de reais, a maior parte de capital próprio. Para 2021, estão previstas nove ou dez novas lojas. A Leitura também tem o costume de fechar uma loja por ano, encerrando rapidamente as unidades deficitárias — o que fez com que chegasse à pandemia em boa situação para aproveitar as oportunidades da crise, principalmente em São Paulo. A rede tinha cinco unidades no estado em 2019 e pretende chegar a 12 até o final do próximo ano.

Para manter a operação no azul, mais da metade das lojas conta com a figura do gerente-sócio, um modelo que começou na família. O fundador tem 14 irmãos, cinco dos quais atuam hoje no negócio. O próprio Marcus Teles entrou na sociedade ao ganhar de presente do irmão uma participação de 10% em uma das unidades. Hoje, boa parte dos gerentes-sócios são funcionários que se destacaram na empresa. O modelo permite agilidade na gestão e faz com que cada unidade adquira uma cara própria. “Cada loja vai descobrindo seu público e tem certa identidade. Algumas são mais fortes no infantil, outras em quadrinhos”, afirma Teles.

 

 

O sucesso da Leitura chama a atenção em um mercado marcado pela falta de profissionalização. “A romantização da venda do livro é um mal do nosso mercado. E a Leitura sempre encarou a livraria como um negócio, com análise fria dos números”, diz Gustavo Lambert, fundador do Clube do Livro TAG. Um exemplo desse pragmatismo foi a decisão de encerrar sua loja virtual em 2015. As vendas pela internet geravam receita, mas não havia margem. Com o crescimento da Amazon no Brasil, a concorrência ficou mais acirrada, e a companhia decidiu que não valia a pena comprar aquela briga. O melhor seria manter o foco nas lojas físicas e no que elas oferecem de melhor: um momento agradável e o elemento surpresa. Uma pesquisa realizada com consumidores da Leitura mostrou que 70% deles decidem qual livro vão comprar apenas quando já estão dentro da loja. Com a pandemia, a loja online voltou. A expectativa da rede é encerrar o ano de 2020 com uma queda de 25% nas vendas, mas recuperar em 2021. Para Teles, o mercado do livro está em alta, impulsionado pelos jovens. “O mercado teve uma crise, mas não há uma crise de leitores”, afirma.

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