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Remy Sharp
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Em um mês de estreias vibrantes no cinema como foi julho, com "Barbie", "Oppenheimer" e "Missão Impossível", um filme passou despercebido pelo público geral, embora tenha feito sucesso entre os conservadores: "Sound of Freedom" (O Som da Liberdade).

A produção de Alejandro Monteverde, protagonizada por Jim Caviezel (Jesus Cristo em "A Paixão de Cristo"), estreou nos cinemas americanos no dia 4 de julho. Logo na estreia, foi apoiado por políticos de direita, como Donald Trump, e bilionários abertamente conservadores, como Elon Musk.

Da estreia para cá, o filme tem feito sucesso entre os apoiadores de Trump, conservadores ligados ao movimento QAnon (teoria da conspiração) e fãs alinhados à extrema-direita, que defendem que "Sound of Freedom" foi "ofuscado" pela estreia de filmes feministas, como "Barbie".

Segundo os internautas, a estreia do filme da boneca anda servindo como uma "cortina de fumaça" para não falar da seriedade do tráfico de crianças, além de incentivar movimentos de esquerda.

"Sound of Freedom" não ganhou data de estreia no Brasil ainda, mas estará em cartaz nos cinemas do México, Guatemala, Honduras, Panamá, Colômbia, Venezuela, Argentina, El Salvador, Nicarágua e Belize a partir do dia 30 de agosto.

Polêmico tráfico de crianças e sucesso de bilheteria

O filme conta a história de um esquema de tráfico de crianças na Colômbia que, de acordo com os produtores, é baseado em “fatos reais”. Desde a estreia, já arrecadou mais de US$ 150 milhões em bilheteria, segundo a Variety -- porém ainda longe dos mais de US$ 1 bilhão de Barbie.

Para que a produção fosse aos cinemas, no entanto, o filme contou com um financiamento coletivo que arrecadou cerca de US$ 14 milhões, apoiado sobretudo pela distribuidora cristã Angel Studios. O sucesso veio da divulgação feita, em especial, pela família Trump.

Embora aclamado pelos espectadores conservadores, "Sound of Freedom" foi alvo de críticas nos Estados Unidos. O filme foi acusado pela crítica especializada em cinema de, além de ter um roteiro "fraco", alarmar a população com teorias da conspiração por meio de um discurso alienista.

'Trunfo' da extrema-direita no cinema

A fama de "Sound of Freedom", no entanto, não vem somente do enredo. O filme contou com apoio de movimentos conservadores e ligados à extrema-direita, em especial os simpatizantes do movimento QAnon (Q Anônimo) -- teoria da conspiração que acredita na existência de um exército secreto que tem como objetivo promover tráfico humano e a pedofilia no mundo, e que Donald Trump é a figura política designada para combatê-lo.

O próprio protagonista, Jim Caviziel, também é simpatizante do movimento. Além de participar de uma das conferências do QAnon em 2021, o ator também já participou algumas vezes do podcast de Steve Bannon, ex-assessor do ex-presidente Trump para falar do assunto.

Pouco antes da estreia, Donald Trump divulgou que o filme era um retrato do que deveria ser combatido a todo custo. Sua filha, Ivanka, também promoveu a produção nas redes sociais, afirmando que o longa "lança luz sobre a realidade angustiante do tráfico humano, despertando nossa consciência coletiva e nos inspirando a agir”.

Segundo o The New York Times, o ex-presidente fez, inclusive, uma exibição do filme em um clube particular de Nova Jersey, no fim de julho.

Alvoroço nos grupos cristãos

Uma reportagem da Vox também informou que o alarde entre os conservadores foi tamanho que alguns grupos religiosos e igrejas cristãs fecharam sessões em cinemas norte-americanos para garantir que seus fiéis assistissem ao filme. Outras instituições religiosas incentivaram a ida ao cinema.

Movimento oposicionista aos críticos de cinema

Recheado de teorias conspiracionistas e aplaudido apoiadores de Trump, "Sound Of Freedom" pareceu ganhar o coração somente dos conservadores norte-americanos, porque a crítica especializada deu notas baixas ao filme.

A revista e portal Rolling Stone atribuiu a crítica do filme à seguinte manchete: “Sound Of Freedom’ é um filme de super-herói para pais com vermes no cérebro”.

O The Guardian também associou o filme ao movimento QAnon: “Sound of Freedom: o thriller adjacente ao QAnon seduzindo a América”.

O longa-metragem tem aprovação de 69% dos críticos no Rotten Tomatoes e recebeu nota de 7,8/10 no IMDb.

Créditos

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