Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Por que a maioria das empresas não ficou nada feliz com a Copa 2018

Levantamento exclusivo mostra que 57% das pequenas e médias empresas brasileiras tiveram um impacto negativo nos resultados durante o torneio

Modo escuro

Continua após a publicidade
Neymar: segundo jornal, teria recebido R$ 1 milhão por campanha, da Gillette, pedindo desculpas (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Neymar: segundo jornal, teria recebido R$ 1 milhão por campanha, da Gillette, pedindo desculpas (Kai Pfaffenbach/Reuters)

M
Mariana Fonseca

Publicado em 21 de julho de 2018 às, 08h00.

Última atualização em 21 de julho de 2018 às, 12h40.

São Paulo - A Copa do Mundo 2018 costuma ser um evento marcado pela felicidade - mas, para a maioria das pequenas e médias empresas brasileiras, o campeonato esportivo trouxe decepção. Não só pela seleção brasileira não ter conquistado o hexa, mas por resultados abaixo do esperado para o período para 57% desses negócios.

O levantamento foi elaborado com exclusividade a EXAME pela startup de gestão empresarial VHSYS. A pesquisa entrevistou seis mil pequenas e médias empresas brasileiras a respeito do impacto da Copa em seus negócios.

Cerca de 49% dos empreendimentos apontaram uma queda nas receitas, o pior impacto possível para um negócio. Ao mesmo tempo, 63% relataram uma redução no atendimento a clientes; 60% relatam que o consumo diminuiu; e 54% tiveram dificuldades com fornecedores. Quase metade dos empreendedores (49%) gostaria que o Brasil tivesse ficado menos tempo na disputa, e 8 em cada 10 (81%) acreditam que os resultados irão melhorar agora, com o fim da Copa.

De acordo com Bruna Nunes, coordenadora da VHSYS, eventos como a Copa do Mundo 2018 causam impacto positivo apenas em segmentos que conseguem atrelar seus serviços aos jogos de futebol, como bares, padarias e restaurantes. Apenas 4% dos entrevistados sentiram melhora nos resultados e 5% disseram que o nível de consumo de seus produtos aumentou.

Outros fatores para os menores resultados, além da Copa do Mundo 2018, são uma economia voltando em ritmo mais lento do que o esperado; a instabilidade gerada com a crise política; e impactos que ainda perduram da greve dos caminhoneiros, ocorrida entre o final de maio e o meio de junho deste ano.

E-commerce também sofre

A situação para as lojas online brasileiras, especificamente, também não foi boa. Um estudo da Konduto, empresa que analisa o risco de transações online, mostra que as vendas no e-commerce caíram até 28,1% durante dos jogos da seleção brasileira na Copa. As análises levaram em consideração uma amostragem de 22 milhões de pedidos, realizados entre os meses de maio e julho.

O momento de maior declínio de transações on-line para as lojas virtuais brasileiras foi o segundo tempo da partida de quartas de final, contra a Bélgica: enquanto o Brasil tentava reverter o placar e evitar a classificação, as transações no e-commerce caíram 28,1% em comparação a uma tarde de sexta-feira sem Copa.

Outras duas partidas impactaram significativamente os gráficos de conversão dos lojistas, ambas na primeira fase: o jogo de estreia, contra a Suíça (25,9% abaixo da média para um domingo), e contra a Costa Rica (25,5%, comparando com uma manhã de sexta). Diante da Sérvia, ainda pela fase de grupos, o reflexo foi de 21,6%. O confronto de oitavas de final contra o México foi o que menos impactou o e-commerce nacional: transações 18,6% abaixo da média.

A análise da Konduto informa ainda que outras partidas do Mundial não refletiram diretamente nas vendas on-line pelo Brasil – exceção feita à manhã de 27 de junho. Durante o segundo tempo das partidas entre Coreia do Sul x Alemanha e México x Suécia, que marcaram a eliminação precoce da seleção alemã ainda na primeira fase, houve uma queda de 8% em comparação à média do horário para as quartas-feiras.

Mesmo assim, a Konduto ressalta que o impacto da Copa do Mundo 2018 foi menor do que o sentido durante a greve dos caminhoneiros. Entre o final de maio e o início de junho. Naquele período, o volume de pedidos em lojas online chegou a ficar 36% abaixo da média.

"No Mundial da Rússia foi diferente. As vendas começavam a cair uma hora antes do jogo, mas logo após o apito final o consumidor voltava com tudo às compras. Muitos lojistas certamente contavam com este cenário”, afirma Tom Canabarro, co-fundador da Konduto, em comunicado sobre a pesquisa.

“A Copa do Mundo não pode e nem deve ser vista como uma inimiga do e-commerce. Muitos empresários souberam aproveitar a competição para realizar campanhas de comunicação e vendas e certamente colheram os frutos deste investimento. É só não deixar para fazer promoções durante as partidas da Seleção, pois certamente não dará muito certo”. Fica a dica para a próxima Copa do Mundo.

Últimas Notícias

Ver mais
Empreendedor Individual deve enviar declaração até dia 30 de junho; veja como fazer

seloPME

Empreendedor Individual deve enviar declaração até dia 30 de junho; veja como fazer

Há um ano

Além das salas de aula: 4 maneiras de aprender mais sobre empreendedorismo

seloPME

Além das salas de aula: 4 maneiras de aprender mais sobre empreendedorismo

Há um ano

Bolsonaro sanciona Pronampe; estimativa de crédito para MPEs é de R$ 50 bi

seloPME

Bolsonaro sanciona Pronampe; estimativa de crédito para MPEs é de R$ 50 bi

Há um ano

3 cases de inovação aberta - o que podemos aprender com eles?

seloPME

3 cases de inovação aberta - o que podemos aprender com eles?

Há um ano

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Veículo de luxo financiado? Entenda por que essa pode ser uma boa opção

Veículo de luxo financiado? Entenda por que essa pode ser uma boa opção

Mercado Livre de Energia inaugura uma nova era para as PMEs

Mercado Livre de Energia inaugura uma nova era para as PMEs

O que as lideranças devem ter no radar para 2024, segundo o CEO da Falconi

O que as lideranças devem ter no radar para 2024, segundo o CEO da Falconi

Feirão oferece taxas a partir de 1,18% na compra de veículos
Minhas Finanças

Feirão oferece taxas a partir de 1,18% na compra de veículos

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais