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Feirinha de luxo

O Mercadinho Chic! criou uma exposição fixa de grifes emergentes. Mas tem espaço para apenas 25 estandes e enfrenta o desafio de encontrar novos formatos para crescer

Jair Mercanzini, dono do Mercadinho Chic (Daniela Toviansky)

Jair Mercanzini, dono do Mercadinho Chic (Daniela Toviansky)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 08h00.

Dar impulso aos ne­gócios dos outros é algo fora de cogitação para a maioria dos empreendedores. Mas foi para fazer isso que os paulistanos Jair Mercanzini, de 40 anos, e Camilo Sabbagh, de 50, fundaram sua empresa em 2008.

Passados menos de três anos, faturam anualmente 1 milhão de reais oferecendo visibilidade a novas marcas de moda, decoração, design, acessórios e bijuterias. Eles são donos do Mercadinho Chic!, espaço de exposição com 25 estandes fincado na Oscar Freire, uma das ruas de São Paulo mais badaladas por grandes grifes.

Por 200 reais por dia, pequenos fabricantes de artigos de luxo podem ser vizinhos de lojas como Tommy Hilfiger, Lacoste e Calvin Klein.
O estilista Mercanzini foi um dos criadores do Mundo Mix, evento itinerante que lançou marcas como a dos óculos de sol Chili Beans.

Formado em engenharia, Sabbagh é membro da família proprietária do imóvel onde fica o Mercadinho Chic! Com investimento de cerca de 50 000 reais, eles colocaram o negócio em operação dois dias por semana, na sexta e no sábado. No início, iam a feiras de pronta-entrega de atacado para selecionar expositores.

Hoje, 100 marcas se revezam no espaço de exposição — outras 80 estão na fila de espera. O Mercadinho Chic! abre atualmente de quarta a domingo e recebe 4 500 visitantes por semana. A margem de lucro é de 35% sobre o faturamento.


Com a limitação de espaço, no entanto, não há como o faturamento crescer. Por isso, Mercanzini e Sabbagh pensam em novos formatos para o negócio. Um modelo misto de franquia e licenciamento é uma opção.

Por enquanto, há um projeto piloto em Brasília. Os sócios querem estipular uma taxa de 30 000 reais mais 15% do faturamento. Outra ideia é ter um portal na internet e cobrar em torno de 50 reais por mês mais uma comissão dos expositores. Para ajudá-los, Exame PME ouviu Carlos Zilli, diretor executivo da rede de lojas de objetos de decoração Imaginarium, e Caíto de Alcântara Machado, sócio da organizadora de minifeiras AM3.

Próximos  Passos

1 Carlos Zilli

Imaginarium — Florianópolis, SC : Rede de lojas de objetos de decoração
Faturamento: 87,3 milhões de reais(em 2010)

Abrir primeiro o portal na internet

Perspectivas: Os sócios do Mercadinho Chic! escolheram um nicho em crescimento cujo público está disposto a pagar mais por artigos quase exclusivos. Por isso mesmo, devem tomar cuidado para não pulverizar demais a marca.

Oportunidades: O tipo de consumidor que frequenta o Mercadinho Chic! está habituado a comprar pela internet. O modelo
de franquias é mais complicado e pode ser difícil controlar a qualidade dos produtos expostos. Seria melhor, no futuro, optar pelo licenciamento, em que não há necessidade de manuais de normas e procedimentos.

O que fazer: É mais fácil e barato começar por uma loja virtual. Ao fechar os contratos com os expositores, os sócios podem oferecer a hospedagem no site. Ter essas marcas no e-commerce ajudará a garantir o padrão de qualidade dos produtos. Além disso, uma boa divulgação nas lojas físicas impulsionará o portal. 


2 Caíto Machado

AM3 — São Paulo, SP: Organizadora de minifeiras
Faturamento: 1,7 milhão de reais (em 2010)

Investir numa rede de franquias

Perspectivas: O número de feiras voltadas para o consumidor final tem crescido nos últimos anos. Empresas menores, como os expositores do Mercadinho Chic!, estão aumentando sua presença: representaram 60% dos participantes de eventos em 2010, segundo a União Brasileira de Promotores de Feiras.

Oportunidades: Há espaço para crescer com franquias, desde que Mercanzini e Sabbagh consigam escolher os locais certos para abrir novas lojas. É necessário optar por cidades que tenham um mercado de moda e luxo bem estabelecido.

O que fazer: Os sócios precisam mapear as praças em que a empresa poderia se instalar. Isso inclui uma análise dos potenciais expositores por semana e do poder de compra dos consumidores. Recomendo que optem por uma capital do Sul e do Sudeste do Brasil, porque assim será mais fácil para Mercanzini e Sabbagh acompanhar o desempenho da rede de franquias.

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