Com a pandemia rompendo divisões entre presencial e remoto, edtechs atraem investidores
Ao passo que as matrículas para cursos presenciais em faculdades caíram 70% no segundo semestre de 2020 por causa da pandemia, negócios de tecnologia como a edtech carioca Descomplica bombaram no ano passado
Marco Fisbhen, da Descomplica: aporte de 84,5 milhões de dólares do SoftBank para a expansão da faculdade online (Divulgação/Divulgação)
Publicado em 14 de março de 2021, 14h45.
Última atualização em 14 de março de 2021, 14h45.
Ao passo que as matrículas para cursos presenciais em faculdades caíram 70% no segundo semestre de 2020 por causa da pandemia, negócios de tecnologia como a edtech carioca Descomplica bombaram no ano passado. As matrículas nos cursos de pós-graduação da Descomplica multiplicaram-se por dez — hoje são 30.000 alunos.
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Por causa do boom do ensino remoto, um projeto antigo saiu do papel: a Faculdade Descomplica, lançada em agosto, e hoje com cursos de pedagogia, administração, contabilidade e gestão de pessoas. A boa fase atraiu investidores.
No mês passado, a edtech recebeu 84,5 milhões de dólares — quase o triplo de tudo o que havia recebido antes — de fundos de peso, como o SoftBank. A bolada vai para a expansão da faculdade digital. “Queremos sair de quatro para 50 cursos no menor tempo possível”, diz Marco Fisbhen, fundador da edtech.
Ao que tudo indica, histórias de sucesso no ensino online vão ficar mais comuns daqui para a frente, à medida que a pandemia quebrar preconceitos contra o ensino à distância, também conhecido pela sigla EaD.
Antes da crise sanitária, 65% dos alunos de cursos fortes no presencial, como enfermagem, direito e engenharia, consideravam a sala de aula insubstituível, segundo uma pesquisa da consultoria Atmã Educar, especializada no setor. No fim de 2020, a fatia caiu para 43% dos estudantes.
“O que antes era um plano B passou a ser a primeira opção para muitos estudantes”, diz Rodrigo de Godoy, head da EXAME Academy, unidade de cursos online da EXAME que prepara o lançamento de um portfólio de cursos de graduação e pós, de modo online, no primeiro semestre de 2021.
Para além da pandemia, o governo federal deu um empurrão ao ensino online. Em 2019 o Ministério da Educação autorizou cursos presenciais a colocar online até 40% das aulas, atendendo ao desejo de grupos educacionais como Cogna, Ser, Yduqs e Ânima, que apostam num futuro em que o ensino superior vai misturar aulas online e presenciais — o chamado ensino híbrido. “O que a crise sanitária fez foi catalisar um processo que demoraria até dez anos para ocorrer no ensino superior”, diz Romário Davel, sócio da Atmã Educar.
Um desafio para novatas no ensino superior online, como a Descomplica, é a definição de preços. Hoje, o desconto é um fator importante na decisão de escolha por um curso online: 41% dos estudantes de EaD optaram por essa modalidade por causa dos preços baixos, diz uma pesquisa recente da consultoria Educa Insights.
A mudança no patamar do setor vai depender de boas estratégias de marketing, diz Daniel Infante, sócio da Educa. “É o canal para tornar o negócio conhecido enquanto não há ex-alunos para falar bem da faculdade”, diz.
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