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TAM espera recuperação dos resultados apenas no terceiro trimestre

Estabilização do dólar e do preço do barril de petróleo, além da diminuição de despesas, vão melhorar os resultados da empresa

TAM: resultados financeiros só decolam no final do ano (.)

TAM: resultados financeiros só decolam no final do ano (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - Depois do prejuízo de 58,1 milhões de reais obtidos neste trimestre - ante lucro de 25,7 milhões no mesmo período do ano passado -, a TAM ainda vai demorar alguns meses para ver seus números ganharem altitude. "A recuperação deve ocorrer no terceiro trimestre", afirmou o presidente da empresa, Líbano Barroso, em teleconferência nesta segunda-feira (17/5) (leia a cobertura completa do evento).

Este é o prazo necessário, de acordo com o executivo, para que uma série de mudanças gerem efeitos positivos. O primeiro é a melhora do cenário internacional. "Com a estabilização do dólar, do barril de petróleo e diminuição de despesas, esperamos melhoras nos resultados financeiros", diz Barroso.

Isso é importante, quando se lembra que a empresa atribuiu as perdas deste início de ano, sobretudo, ao aumento das despesas financeiras. A conta saltou de 29 milhões de reais para 163 milhões - uma alta de 462%.

Pantanal e exterior

Outra aposta é a reestruturação da Pantanal, que deve contribuir para o aumento da demanda da empresa no mercado interno. Adquirida em dezembro passado, a aquisição vai ajudar a TAM a atender as cidades de média densidade populacional.

O investimento de 13 milhões de reais pagos pela empresa faz com que a TAM amplie seus destinos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, a partir do aeroporto de Congonhas (SP). "É importante estarmos presentes em todos os níveis de aviação", diz Barroso. No geral, o executivo estima um crescimento de 14% a 18% no mercado doméstico neste ano. Só entre janeiro e abril o aumento foi de 32%.

Outro grande investimento será no mercado externo, sobretudo, em função do ingresso da TAM na Star Alliance, anunciado na semana passada. A companhia é hoje a única brasileira participante da aliança, que agora soma 27 aéreas. Líder no mercado nacional, a empresa ganhará projeção internacional na aliança e será a principal a operar na América do Sul.

Barroso espera um incremento de 60 milhões de dólares de receitas com a participação na rede mundial de aéreas. Além disso, no segundo semestre, novas rotas internacionais devem ser abertas, como voos diários entre o Rio de Janeiro e Frankfurt.


Resultados

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou 256,9 milhões de reais, valor 15,2% menor que os 303,1 milhões apurados no primeiro trimestre de 2009. A margem de ebitda foi de 9,9%, ante 11,6% na comparação no mesmo período. As perdas cambiais de 564,6 milhões de reais no trimestre explicam as maiores despesas financeiras.

Nos primeiros meses do ano, houve baixa de 3,2% da receita doméstica, devido à redução de 16,5% dos preços médios das tarifas (yield). "Isso aconteceu por causa do retorno tardio do viajante a negócios", justificou Barroso. Por outro lado, houve um acréscimo de 2,4%, para 815,8 milhões de reais, da receita internacional.

O combustível é outro ponto que desequilibra o caixa da empresa. No primeiro trimestre, os gastos com abastecimento subiram 8,4%. Há quatro semanas a TAM anunciou um voo em setembro com A320, com duração de 45 minutos no Galeão, com 50% de bioquerosene na composição do combustível.

"No futuro, poderemos ter uma mistura entre 10% e 20%", diz ele. Para Barroso, o bioquerosene deve estar em escala comercial em 5 anos e só então compensará mais do que o combustível de origem fóssil.

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