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Sotran recebe aporte de R$ 100 mi para investir no seu "Uber do agronegócio"

A empresa, que faturou 1,2 bilhão de reais em 2020, é dona do Tmov, um aplicativo que conecta caminhoneiros a empresas de agronegócio

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Charlie Conner, presidente da Sotran: o investimento na empresa foi liderado pelo fundo americano Arlon e pelo grupo FitPart (Sotran/Divulgação)

Charlie Conner, presidente da Sotran: o investimento na empresa foi liderado pelo fundo americano Arlon e pelo grupo FitPart (Sotran/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 18 de fevereiro de 2021, 10h30.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2021, 13h54.

A empresa de logística Sotran, especializada no agronegócio, acaba de receber um aporte de 100 milhões de reais liderado pelo fundo de private equity americano Arlon Group (que já investia na empresa) e pelo grupo FitPart. O investimento milionário vai ajudar a empresa a ampliar sua plataforma digital para caminhoneiros, a Tmov.

Fundada em 1985 por Ruber Dallamaria e Rosler Dallamaria, a empresa nasceu como uma transportadora. Foi só em 2016, quando o Arlong Group entrou no negócio como investidor, que a companhia decidiu mudar o foco e apostar em tecnologia, criando um aplicativo que conecta caminhoneiros, transportadoras e empresas de agronegócio. Na época, Charlie Conner, que comandava o fundo, passou a ser o presidente da Sotran.

De lá para cá, a empresa cresceu. Em 2020, o grupo terminou o ano faturando 1,2 bilhão de reais, 10% a mais que no ano anterior. Boa parte desse crescimento foi impulsionado pela Tmov, que aumentou seu faturamento em 201% de um ano para o outro.

Como funciona

A Tmov conecta os motoristas parceiros a mais de 900 clientes, como Seara, Cargill, Coopersucar, Yara e BRF. Essas empresas informam as cargas disponíveis e os motoristas podem aceitar fazer o frete e trocar toda a documentação pela própria plataforma.

Como há mais de um cliente usando o serviço, os caminhoneiros também evitam viajar com o caminhão vazio. Na volta de uma viagem para levar grãos aos portos do litoral, o motorista pode aproveitar e levar um carregamentos de fertilizantes para o interior.

A empresa não está sozinha no mercado. Outras startups, também capitalizadas, disputam espaço na digitalização do setor de logística. Uma delas é a CargoX, fundada em 2013 pelo argentino Federico Vega e que já recebeu pelo menos 250 milhões de dólares em aportes. Outra é a Truckpad, criada em 2013 por Carlos Mira e que tem nomes como a Mercedes-Benz do Brasil e chinesa Full Truck Alliance entre seus investidores.

Expansão

Agora, com o novo aporte, a Sotran quer acelerar a expansão da plataforma, lançando novas funcionalidades para facilitar a vida dos caminhoneiros e das transportadoras que usam o serviço. Para isso, a equipe de engenharia e produto deve aumentar em 70%, chegando a 90 pessoas dedicadas.

Outra parte do capital recebido será utilizada para atrair mais caminhoneiros para o marketplace. Atualmente, 60.000 motoristas utilizam o aplicativo da empresa todos os meses para conseguir novas cargas para transportar.

Além disso, o Tmov também planeja investir mais na fidelização de quem já usa a plataforma, expandindo sua estratégia de benefícios. Em um modelo parecido com o das americanas Uber Freight e Convoy, a Sotran oferece recompensas para motoristas fiéis à plataforma. Se um caminhoneiro faz quatro viagens usando o Tmov, por exemplo, ele ganha um bônus de 1.000 reais do aplicativo.

Com isso, em 2021, a meta da empresa é faturar 40% a mais que em 2020. Segundo Conner, a principal frente de crescimento será a transformação do Tmov em uma plataforma aberta. "Vamos adotar um modelo misto para conseguir expandir o negócio mais rapidamente, aproveitando a estrutura que já temos. Com isso, outros embarcadores irão poder acessar as cargas diretamente no marketplace, sem ser clientes da Sotran", diz.

O desafio, segundo o presidente, é que este mercado de 40 bilhões de logística do agro ainda é pouco digital. Apesar de outras empresas atuarem no setor com listas de cargas virtuais, o processo de contratação ainda depende muito de telefonemas e papéis. "Precisamos expandir nossa base e convencer os caminhoneiros das vantagens de uma jornada digital de ponta a ponta", diz Conner.

Uma das estratégias que a empresa adotou no passado para se aproximar dos caminhoneiros foi o lançamento de um cartão de débito com conta digital em 2019. Agora, a Tmov planeja expandir as funcionalidades bancárias da sua frente financeira e estuda a possibilidade de oferecer também crédito e seguros para sua base de caminhoneiros parceiros. "Queremos ser referência para os caminhoneiros do Brasil, ajudando a aumentar sua receita e a resolver as dores da sua jornada", diz o presidente da Sotran. 

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