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Remy Sharp
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Os ovos sempre estiveram em alta no Brasil. Trata-se de um ingrediente tido como indispensável, afinal, tanto por quem adora cozinhar quanto pela turma que bate cartão na academia. Muita gente, porém, torce o nariz para eles e pelos mais variados motivos — em razão da preocupação com o bem-estar das galinhas, por exemplo, e os impactos no meio ambiente. É o que explica, em boa medida, o sucesso dos ovos veganos. De acordo com a Data Bridge Market Research, o mercado global de ovos do tipo deverá movimentar US$ 9 bilhões por ano até 2030 — no ano passado foram quase US$ 2 bilhões.

Um estudo da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), realizado em fevereiro de 2021, constatou que 46% dos brasileiros com mais de 35 anos decidiram, por vontade própria, parar de consumir carne ao menos uma vez por semana. É um percentual que dá ânimo a companhias como a N.Ovo, cujo carro-chefe é o chamado ovo vegano.

Explica-se: trata-se de um pó à base de ervilha e linhaça que deve ser misturado com água a uma proporção de 11 gramas para cada 39 mililitros. Cada unidade do produto contém o suficiente para “preparar” doze ovos. Por fora, a embalagem é igualzinha à dos ovos tradicionais. Ao abrir a da N.Ovo você vai encontrar, além do pó substituto, uma colher medidora.

O produto é indicado para o preparo de bolos, pães, massas e panquecas, mas também há uma versão à base de ervilha, soja e cúrcuma — permite fazer imitações respeitáveis de ovos mexidos e omeletes. Basta acrescentar água à mistura em uma frigideira e manusear a espátula como todo mundo sabe.

“O mundo está em constante mudança: mudamos nossa forma de se comunicar, de trabalhar, de nos transportar, mas nossa alimentação continuou a mesma por muito tempo”, diz Amanda Pinto, fundadora da foodtech. “A N.OVO faz parte de um movimento importante que traz a evolução dos alimentos. Por isso nos dedicamos a criar as melhores soluções para as pessoas, o mundo e os animais”.

Ela é a filha mais velha do mineiro Leandro Pinto, que fundou, em 1987, o Grupo Mantiqueira. Trata-se da companhia que mais produz ovos, os de galinha mesmo, na América do Sul. Hoje também atuante em outros setores, como agricultura e pecuária, a empresa tem mais de 11,5 milhões de galinhas.

A N.Ovo nasceu, em 2019, como um spin-off do Grupo Mantiqueira. Saiu do papel graças ao empenho de Amanda, que trabalhou ao lado do pai por seis anos, como gerente de inovação e marketing. Ela abandonou o cargo para virar CEO de foodtech, que, convenhamos, se opõe à gigante dos ovos propriamente ditos.

Em 2022, a N.Ovo declarou independência do Grupo Mantiqueira e passou a atuar de maneira autônoma, dando fim a eventuais conflitos de interesses, mas retomou as operações intergradas à granja-mãe no ano seguinte.

Amanda teve a ideia da startup ao se dar conta de que boa parte do sucesso do ovo tradicional tem a ver com as funcionalidades dele. É um ingrediente essencial para deixar os bolos fofinhos, por exemplo. Só que um ovo vegano pode garantir a mesma coisa.

Em 2021, a foodtech cresceu 60% e para o ano passado estava previsto um salto ainda maior — a projeção para 2023 não é divulgada. Até 2025, no entanto, ela pretende atingir 5% de market share do segmento no Brasil. Hoje os produtos da N.OVO estão em aproximadamente 600 pontos de venda espalhados por 12 estados.

O público-alvo, diferentemente do que muita gente pensa, não é a turma vegana, mas os flexitarianos. São aqueles que não abandonaram as proteínas de origem animal, mas que optam por comer carne cada vez menos — não raro só uma vez por semana.

De acordo com a campanha Segunda Sem Carne, o impacto de um único dia sem consumo de proteínas de origem animal é enorme. Representa uma redução de emissão de CO2 de 14 quilos — que equivalem a 100 quilômetros rodados em um carro — e uma economia de 3.400 litros de água. Com esse volume, dá para tomar 26 banhos de 15 minutos.

De olho nos flexitarianos, a N.Ovo não para de lançar novos produtos, todos veganos. O bife empanado e os cubinhos — ideais para um picadinho, por exemplo — acabam de ser lançados. Do portfólio ainda constam variedades de maionese, elaboradas a partir da mistura de amido de batata, milho e óleo de girassol; coxinhas que imitam as de frangos; e croquetes com sabor de carne de porco, entre outros produtos. E é só o começo, promete a fundadora.

*Uma versão anterior desta matéria trazia a informação de que a N.Ovo continuava separada do Grupo Mantiqueira. A informação foi corrigida em 17/11/2023, às 11:27

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