Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:
seloNegócios

Com dívida de R$674 milhões, Saraiva faz pedido de recuperação judicial

Companhia é a segunda empresa do setor em pouco mais de um mês a pedir proteção da Justiça para reestruturar débitos

Modo escuro

Fundada há 104 anos, a Saraiva tem 85 lojas em 17 estados do país e uma relevante operação de comércio eletrônico (Saraiva/Divulgação)

Fundada há 104 anos, a Saraiva tem 85 lojas em 17 estados do país e uma relevante operação de comércio eletrônico (Saraiva/Divulgação)

E
Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de novembro de 2018, 09h02.

Última atualização em 23 de novembro de 2018, 10h49.

A Livraria Saraiva, rede de varejo líder em venda de livros no País, pediu recuperação judicial nesta sexta-feira, 23. Com dívida de R$ 674 milhões, a companhia é a segunda empresa do setor em pouco mais de um mês a pedir proteção da Justiça para reestruturar débitos e tentar seguir em operação. A Livraria Cultura está em recuperação judicial desde o mês passado.

As dificuldades da Saraiva ficaram evidentes no início deste ano quando a companhia atrasou pagamentos às editoras de livros - suas principais fornecedoras. A empresa voltou a ter dificuldades nos últimos meses, e foi iniciado um novo período de negociações. Após não conseguir fechar acordo, a companhia decidiu pela recuperação judicial.

No pedido feito à Justiça, a Saraiva lembrou que vem tentando reestruturar o próprio negócio - processo que está sendo tocado em conjunto com a consultoria Galeazzi & Associados. Recentemente, a companhia encerrou as atividades de 19 pontos de venda, sendo oito lojas tradicionais e 8 unidades iTown, que vendiam produtos de tecnologia da marca Apple. Neste processo, cortou 700 funcionários.

Outra medida tomada pela Saraiva foi a saída de categorias em que a rentabilidade é mais baixa - como a venda de produtos de tecnologia, na qual precisa bater de frente com pesos pesados como a Via Varejo (dona de marcas como Casas Bahia e Ponto Frio) e FastShop. A entrada no segmento foi decidida há alguns anos, como uma tentativa de "proteção" à perspectiva de queda nas vendas de livros.

"Neste movimento (a saída da área de tecnologia), a Saraiva diminuirá substancialmente a geração de créditos tributários, uma das principais razões de consumo de caixa nos últimos anos", diz a empresa, no documento da recuperação judicial. Para continuar a ofertar eletrônicos e itens de tecnologia nas lojas, a companhia deverá buscar uma parceria com uma rede especializada no setor, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de a venda de livros apresentar uma pequena alta em 2018 - de cerca de 5% em valores, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) -, a Saraiva lembrou que o preço do produto tem subido bem menos do que a inflação. Segundo a companhia, enquanto o IPCA - índice oficial de inflação - subiu 53,8% de 2000 a 2017, o valor unitário do livro avançou 8%, na mesma comparação.

Outro segmento que já foi a segunda maior fonte de receitas para a Saraiva - música e filmes - foi bastante afetado por avanços tecnológicos, segundo a companhia, que cita no documento de pedido de recuperação a emergência de serviços como Netflix e Spotify nessa área.

Hoje, a companhia se dedica somente à atividade de varejo. O pedido de recuperação lembra que a empresa vendeu seus ativos editoriais e de educação há três anos, por R$ 725 milhões. Após esse negócio e um período de enxugamento do varejo, o grupo hoje contabiliza cerca de 3 mil colaboradores, 85 lojas próprias e uma área de venda de quase 50 mil metros quadrados no País.

Fundada em 1947, a origem da Saraiva remonta, no entanto, a 1914 quando o livreiro Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva, um imigrante português, abriu uma pequeno sebo na rua do Ouvidor, em São Paulo, chamado Saraiva & Cia. A Saraiva é uma companhia aberta desde 1972. Em 2008, adquiriu a rival Siciliano.

Últimas Notícias

ver mais
Grupo Talanx adquire empresas da Liberty Mutual
seloNegócios

Grupo Talanx adquire empresas da Liberty Mutual

Há 7 horas
Dilemas dos CEOs: Como realizar a transição de agendas operacionais para as estratégicas?
seloNegócios

Como realizar a transição de agendas operacionais para as estratégicas?

Há 17 horas
Oito em cada 10 microempreendedores têm o empreendedorismo como única fonte de renda
seloNegócios

Oito em cada 10 microempreendedores têm o empreendedorismo como única fonte de renda

Há 17 horas
Quem é o brasileiro que assumiu como CEO da maior empresa de tabaco do mundo
seloNegócios

Quem é o brasileiro que assumiu como CEO da maior empresa de tabaco do mundo

Há um dia
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais