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Entrevista de Ghosn pode esclarecer fuga espetacular (ou não)

Entre as dúvidas em aberto estão os detalhes que Ghosn deve omitir para evitar comprometer aliados e assessores que continuam no Japão

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Carlos Ghosn: Japão estuda formas de pressionar o Líbano para extraditar o executivo   (Issei Kato/File Photo/Reuters)

Carlos Ghosn: Japão estuda formas de pressionar o Líbano para extraditar o executivo (Issei Kato/File Photo/Reuters)

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Redação Exame

Publicado em 8 de janeiro de 2020 às, 06h09.

Última atualização em 8 de janeiro de 2020 às, 06h58.

São Paulo — Há uma grande expectativa para a primeira entrevista coletiva do ex-CEO da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, nesta quarta-feira, 08, após fugir do Japão na semana passada, em um episódio que pode ser comparado a um filme de ação digno de Hollywood.

O executivo brasileiro vai se pronunciar no Líbano, para onde fugiu no último dia 31 de dezembro. Ele também possui cidadania libanesa. Entre as dúvidas em aberto estão os detalhes que Ghosn deve omitir para evitar comprometer aliados e assessores que continuam no Japão.

A ministra da Justiça do Japão Masako Mori disse que o país tomará “todas as medidas necessárias” para que Ghosn seja extraditado e julgado em solo japonês. No entanto, o Líbano não tem esse tipo de acordo com o Japão. Enquanto isso, a promotoria de Tóquio expediu nesta terça-feira mandado de prisão contra sua esposa, Carole Ghosn, acusada de falso testemunho em depoimento à Justiça no ano passado.

A primeira entrevista de Ghosn, após mais de 400 dias detido no Japão (entre regime fechado e prisão domiciliar), vem acompanhada de uma enorme carga de incertezas para a Nissan. Segundo publicou a imprensa japonesa, uma das acusações contra ele, a de sonegação fiscal, deixa dúvidas no ar, pois dificilmente teria acontecido sem o conhecimento de pelo menos três executivos da montadora. “Perseguição” tem sido a palavra usada por Ghosn para sua situação no Japão.

Em meio às trocas de acusações, a Nissan vem enfrentando um cenário hostil no mercado automotivo. Ao final de setembro do ano passado, a companhia anunciou um corte de 35% no guidance de receita operacional para 2019, impactado principalmente pela performance negativa no Japão.

O desempenho global da companhia também não vai bem. Prova disso foi o anúncio, em julho, de um corte de 12.500 postos de trabalho ao redor do mundo para fazer frente aos novos desafios da indústria global.

A situação também não é boa para a Renault, que tem uma parceria estratégica com a Nissan há 20 anos. Enquanto Ghosn estava à frente da aliança, o desempenho global das duas marcas ia bem. Agora, as empresas vêm registrando queda das vendas.

Ao mesmo tempo, a indústria automotiva se vê diante dos desafios da eletrificação e dos carros autônomos, o que demanda vultosos investimentos por parte das montadoras, que têm buscado novas parcerias. Ano passado, a Renault foi abandonada no altar pela Fiat Chrysler, que agora vai se unir à PSA, dona da Peugeot e da Citroën.

Ghosn, assim como o ex-chefe da Fiat, Sergio Marchionne, são admirados no mundo dos negócios – especialmente na indústria automotiva – por terem antecipado tendências no setor e por perseguirem uniões em busca de sobrevivência. Agora, para limpar sua imagem, Ghosn pode emparedar ainda mais o conglomerado que presidia.

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