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Por que o homem mais rico do mundo está na mira do México

Carlos Slim controla 80% do mercado de telecomunicações do país, e o novo presidente mexicano quer mais concorrência

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	Slim: seu principal negócio está na mira do governo mexicano
 (Edgard Garrido/Reuters)

Slim: seu principal negócio está na mira do governo mexicano (Edgard Garrido/Reuters)

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Márcio Juliboni

Publicado em 18 de março de 2013 às, 16h20.

São Paulo – Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, deve mais da metade de sua fortuna de 73 bilhões de dólares a apenas duas empresas, segundo a revista americana Forbes: as operadoras Telmex, de telefonia fixa, e a Telcel, de celulares. Slim as controla por meio da holding América Móvil.

A questão é que os mexicanos estão cada vez mais incomodados com a forma como Slim construiu seu patrimônio – praticamente dominando as telecomunicações do país. Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apresentado em fevereiro, foi o primeiro documento a criticar o poder de Slim neste mercado, e propor mudanças.

Segundo a OCDE, no mercado de linhas fixas, a presença da Telmex é esmagadora. A companhia detém 79,6% do mercado, em número de linhas, e 79,9% em receita. Para se ter uma ideia, a espanhola Telefónica, sua maior rival, possui apenas 2,4% das linhas instaladas, e 1,9% da receita do setor.

Linha ocupada

No mercado de telefonia móvel, a Telcel também deixa pouco espaço para a concorrência. A companhia possui 70% das linhas em operação e 69,2% das receitas do setor. Neste quadro, a Telefónica aparece melhor, mas, ainda assim, bem atrás da concorrente, com 21,8% das linhas e 12,3% das receitas.

Como toda operadora de telecomunicações, as empresas de Slim também atuam no mercado de dados. Segundo a OCDE, a América Móvil domina 74% da oferta de internet fixa do país, gerando 66% das receitas do setor. Neste negócio, seu maior concorrente é a Televisa, mais conhecida por sua emissora de televisão. A empresa detém 6% do setor.

A concentração de mercado não é o único ponto criticado pela OCDE em seu relatório de fevereiro. A qualidade dos serviços também mereceu menções. A organização afirma que as tarifas praticadas no México são maiores do que a de muitos países-membros, as taxas de penetração dos serviços de voz e dados estão entre as mais baixas da OCDE, bem como os níveis de investimento na expansão e melhoria dos serviços.

Poder demais

A OCDE atribui o mau desempenho do setor, no México, “em parte, ao incessante comportamento monopolista da concessionária fixa e móvel, que não pode ser controlada devido ao sistema legal disfuncional.”


São estes números que levaram o governo mexicano a apresentar, na semana passada, um projeto de lei para reformular o setor de telecomunicações, com o objetivo de gerar mais concorrência.

O novo presidente mexicano, Ernesto Peña Nieto, que assumiu em dezembro, propôs a criação de uma nova agência regulatória para o setor, com diretores independentes, e a permissão de empresas estrangeiras controlarem até 100% do capital de companhias do setor, entre outras medidas.

As medidas ainda estão em discussão no Congresso, mas já foram suficientes para corroer a fortuna de Slim. Segundo o ranking de bilionários da Bloomberg, que mede diariamente a variação de sua fortuna, Slim inicia a semana com 67,8 bilhões de dólares, apenas 200 milhões à frente de Bill Gates – candidato a lhe tomar o posto de homem mais rico do mundo nos próximos dias. E, se depender do governo mexicano, nada será feito para evitar isso.

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