Negócios

Para a Shein, a moda do futuro no Brasil será feita no próprio Brasil — e com uma mãozinha da IA

Empresa reforçou no South Summit um compromisso de ter 85% da produção no próprio país até 2026

 (Pavlo Gonchar/SOPA/Getty Images)

(Pavlo Gonchar/SOPA/Getty Images)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 20 de março de 2024 às 15h24.

Última atualização em 22 de março de 2024 às 10h16.

PORTO ALEGRE Nacionalizar a produção de roupas é só uma das metas da gigante chinesa Shein no Brasil. O próximo passo? Regionalizar a produção. A ideia é ter produtos que façam sentido com a região onde o consumidor está, respeitando costumes e valores.

Quem falou dos planos da varejista por aqui foi o responsável pela empresa no Brasil, Felipe Feistler. Ele participou de um painel no primeiro dia do South Summit Brazil 2024, um dos maiores eventos de inovação do país.

"Reforçamos nosso compromisso com o país ao trazer uma moda mais brasileira", afirmou ele no painel. "E vamos começar a trazer uma moda cada vez mais regional. Cresceremos não só nossa presença, mas sobretudo nossa produção de moda nacional ao apostar cada vez mais na regionalização, para que as pessoas consigam se expressar de acordo com os seus costumes e valores". 

No painel, ele voltou a falar de um compromisso firmado em parceria com o governo federal de ter 85% das vendas a partir de produtos nacionais até 2026.

Outra aposta, essa global, mas com impacto no país, está na adoção massiva de recursos de inteligência artificial na experiência de compra e venda de produtos da moda. Segundo o brasileiro, a Shein é reconhecida pela revolução que fez na moda globalmente.

Nesta indústria é comum varejistas terem perdas de 20 até 50% do estoque, pela falta de previsibilidade do consumo. Na Shein, as taxas já são de menos de 10% e a inteligência artificial é a aposta para reduzir ainda mais o desperdício, e trazer melhores margens para vendedores.

"A inteligência artificial pode ajudar a não ter mais esta tentativa e erro ao conseguir com tecnologia antecipar a demanda", falou. 

Como a Shein, de fast fashion, olha para a sustentabilidade

O volume de peças vendidas pela Shein desperta uma questão cujo cerne é a sustentabilidade. Produzindo (e vendendo) tanto, tão rápido, como evitar descartes e valorizar uma moda mais sustentável?

Feistler foi questionado sobre isso durante seu painel. Em sua fala, destacou que é um intermediador, já que não tem fábricas, mas que está investindo em ampliar os mecanismos de fiscalização, com normais mais exigentes.

Quem participa do South Summit Brazil 2024

Os painéis contarão com personalidades de diversas áreas, entre eles fundadores de unicórnios, gestores de fundos de investimento nacionais e internacionais, executivos de grandes empresas multinacionais, entre outros. Veja a lista com alguns entre os 600 nomes confirmados:

  • Guibert Englebienne, cofundador da Globant;
  • Guilherme Pinho Bonifácio, cofundador do iFood;
  • João Del Valle, CEO e cofundador do Ebanx;
  • Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza;
  • Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil;
  • Cris Arcangeli, fundadora da Phytoervas, Phyta, PH - Arcangeli, Éh Cosméticos, e Beauty’in;
  • Guilherme Horn, CEO do WhatsApp;
  • Alexandre Birman, CEO da Arrezo&CO

Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME Empreenda

*O jornalista viajou a Porto Alegre a convite da organização do South Summit Brazil 2024

Acompanhe tudo sobre:SheinVarejoSouth Summit Brazil 2024

Mais de Negócios

Sebrae lança programa que dará 100% de aval a negócios conduzidos por mulheres

Com dívida bilionária e novo CEO, esta rede de restaurantes dos EUA tenta se reerguer

Tirar cidadania italiana virou corrida contra o tempo – e um negócio milionário

A empresa que convenceu Jeniffer Castro a fazer publis após o episódio do avião