Mercedes-Benz vai produzir caminhões em turno único no ABC por até três meses
O objetivo, conforme a fabricante, é gerenciar a queda das encomendas sem demissões
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BRISTOL, UNITED KINGDOM - MAY 08: New Mercedes-Benz truck cabs are parked outside a dealership, on May 8, 2022 in Bristol, England. The UK haulage industry is still struggling with recruiting new drivers and the ever increasing price of fuel. The issues the industry has been further compounded by the UK's departure from the EU. (Photo by Matt Cardy/Getty Images) (Matt Cardy/Getty Images)

Publicado em 6 de abril de 2023 às, 08h29.
A Mercedes-Benz iniciou conversas com o sindicato para reduzir a produção de caminhões de sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a um único turno durante dois ou três meses a partir de maio. Hoje, a linha funciona em dois turnos.
Os pedidos no primeiro trimestre caíram mais do que a montadora esperava, obrigando a Mercedes-Benz a segurar a produção. A empresa já tinha dado, na segunda-feira, 3, férias coletivas a 300 trabalhadores. Também reduziu a jornada semanal de trabalho a depender da necessidade de cada área.
O que diz a montadora?
Em nota, a montadora diz que já esperava uma redução do mercado em função da antecipação de compras antes do aperto dos limites de emissões na virada do ano, o que exigiu uma mudança de tecnologia que tornou os veículos de carga mais caros. Porém, a demanda se mostrou, desde janeiro, ainda menor do que a expectativa. A Mercedes aponta os juros elevados e as restrições de oferta de crédito como os motivos da redução de demanda.
O objetivo, conforme a fabricante, é gerenciar a queda das encomendas sem demissões. Segundo o sindicato, a necessidade de reduzir o programa de produção deste ano foi comunicada aos trabalhadores em boletim interno.
"Estamos já em processo de negociação com a empresa para avaliar as medidas possíveis e necessárias. Vamos pensar os próximos passos e as alternativas para atravessar esse período", comentou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva. Ele diz ser "urgente" a abertura de linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento a taxas mais baixas dos bens de capital.
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