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Mais uma empresa de sementes chega ao mercado brasileiro

Uma associação da francesa RAGT com o Grupo Guerra, do Paraná, foi anunciada hoje

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Trigo produzido no Brasil é insuficiente para nosso consumo (Christopher Furlong/Getty Images)

Trigo produzido no Brasil é insuficiente para nosso consumo (Christopher Furlong/Getty Images)

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Gabriela Monteiro

Publicado em 26 de outubro de 2017 às, 19h17.

Última atualização em 27 de outubro de 2017 às, 15h43.

A empresa francesa do ramo de sementes agrícolas RAGT, anunciou hoje, 26 de outubro, uma associação com a paranaense Grupo Guerra, do mesmo setor, em evento que acontece hoje, em Pato Branco. A RAGT está presente em 17 países e fatura cerca de 350 milhões de euros por ano. O Grupo Guerra não informa o faturamento. Além de sementes, atua em distribuição e exportação de cereais, processamento de alimentos, comunicação e imóveis, entre outros negócios.

O resultado dessa sociedade serão dois grandes centros de pesquisa localizados no Paraná e em Goiás, voltados para estudos biotecnológicos e melhoria genética em sementes de milho e trigo. As empresas também farão conjuntamente investimentos no desenvolvimento de novos produtos para os mercados brasileiro e paraguaio.

Segundo Ricardo Guerra, diretor geral do Grupo Guerra, a associação marca também o encerramento de um ciclo iniciado há 15 anos, quando todas as multinacionais do ramo das sementes começaram a se estabelecer no Brasil. “Ela é uma das últimas – se não a última – das grandes empresas desse segmento a chegar por aqui”. Os dois grupos esperam que a união da tecnologia e da pesquisa global da estrangeira com a já consolidada operação do grupo brasileiro sejam fortes aliados para o avanço dos transgênicos no país.

A seleção dos locais para os novos laboratórios não foi aleatória. “Escolhemos duas áreas com microclimas onde nós temos condições favoráveis para atender também novas regiões. O centro de pesquisa do Paraná favorece o alcance de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Paraguai, sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Já o de Goiás atinge todo o cerrado, Minas Gerais e Mato Grosso”.

Mira em trigo e milho

O foco da sociedade entre as empresas são pesquisas voltadas para a melhoria das sementes de trigo e milho. Isso porque ambas já têm um extenso trabalho de plantio, industrialização e desenvolvimento dessas culturas. “Nós queremos atuar e nos estabelecer com grandeza naquilo que entendemos ter capacidade de fazer bem. Há muito a fazer no mercado de trigo e de milho no Brasil”, afirma Ricardo Guerra.

De fato, há bastante trabalho de melhoria possível no que diz respeito ao trigo. “Estima-se que o Brasil consuma 12 milhões de toneladas de trigo por ano, mas só produz 6 milhões. Desse valor, uma considerável parte não tem qualidade suficiente. Mais de 50% têm de ser importado”,diz Guerra. “Além disso, o mercado de milho é praticamente todo transgênico, enquanto o trigo há pouco avanço científico.”

Um estudo da agência de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, estima que, em 2030, sejamos 8,3 bilhões de habitantes no mundo. Isso demandará 60% a mais de comida para alimentar toda a população. Levando em consideração que 33% dos solos mundiais estão degradados por diversas razões – sendo a erosão a principal delas --, será preciso aumentar a produtividade da área plantada.

O mercado de sementes movimenta R$ 10 bilhões ao ano no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). Em 10 anos, cresceu 122%, ao passar de 1,8 milhão de toneladas na safra 2005/06 para 4 milhões de toneladas em 2015/2016. “Se avaliarmos as grandes culturas que geram cereais utilizados na alimentação direta do ser humano, ou para produção de ração para os animais, nós já avançamos muito graças à melhoria genética das sementes. O grande desafio do mundo é exatamente conseguir que esse avanço continueacontecendo”, diz Guerra.

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