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Investimentos em startups brasileiras despencam 44% no primeiro semestre de 2022

A queda ocorreu em grande parte no segundo trimestre e startups em estágio avançado foram mais afetadas, mostra relatório da Distrito

Entenda em que situações pode ser conveniente pedir o resgate de dinheiro alocado em fundos (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Entenda em que situações pode ser conveniente pedir o resgate de dinheiro alocado em fundos (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 7 de julho de 2022 às 18h16.

Última atualização em 7 de julho de 2022 às 18h27.

Inflação, juros altos e crise econômica trouxeram novos desafios para as startups em 2022. No primeiro semestre, as startups brasileiras captaram US$ 2,92 bilhões em 327 transações, 44% menos do que no mesmo período do ano anterior, de acordo com novo relatório da plataforma de inovação Distrito.

A queda nos investimentos ocorreu principalmente no segundo trimestre, tanto no volume quanto na quantidade de transações fechadas. Em junho foram US$ 343 milhões captados em 45 rodadas, frente ao recorde de US$ 2,14 bilhões ao longo de 76 negociações em 2021.

Para Gustavo Araujo, cofundador da Distrito, as startups brasileiras sentiram os efeitos do cenário macroeconômico. Neste ano, 5.689 pessoas já foram demitidas em startups, segundo o site Layoffs Brasil.

"Muitas empresas estão mudando a operação privilegiando caixas mais sustentáveis em detrimento do crescimento exponencial. Os empreendedores terão de mostrar habilidade ao manobrar a empresa e provar que o modelo é adaptável a diferentes contextos”, afirma Araujo.

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O volume investido em startups em estágios iniciais cresceu no primeiro semestre de 2022. As rodadas do tipo seed saltaram de US$ 151 milhões em 2021 para US$ 282 milhões neste ano, enquanto rodadas de séries A e B passaram de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,39 bilhão.

A queda se concentrou nas startups em estágio avançado de crescimento — na comparação anual, o montante desse grupo caiu de US$ 3,87 bilhões para US$ 1,24 bilhão.

“A correção de valuation tende a afetar startups mais maduras, principalmente as que têm porte de unicórnio”, diz Araujo. “Empresas iniciantes que tenham um bom time e solucionem dores relevantes do mercado ganham espaço agora”.

As fintechs seguem liderando o ranking de investimentos por setor. As startups de serviços financeiros levantaram US$ 1,36 bilhão neste primeiro semestre. Na sequência aparecem as retailtechs (US$ 366 milhões) e HRtechs (US$ 247 milhões).

As três principais captações do ano até o momento também foram em fintechs: Neon (US$ 300 milhões), Creditas (US$ 260 milhões), e Dock (US$ 110 milhões).

As fusões e aquisições no mercado de startups também tiveram uma retração no primeiro semestre, de 118 para 110 transações. Apesar da queda de cerca de 7%, o resultado é considerado positivo para empresas de tecnologia e corporações que buscam fusões e aquisições. Metade dos M&As teve outra startup como compradora no primeiro semestre de 2022.

“A correção nos valuations que as empresas de tecnologia estão sofrendo as torna mais acessíveis às oportunidades de aquisição”, completa Araujo.

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