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Há futuro? Com Greta Thunberg, jovens pedem justiça climática agora

Fridays for Future, movimento capitaneado pela ativista de Greta Thunberg, marcou a COP26 com a presença de jovens do mundo todo, inclusive brasileiros

COP26, em Glasgow: Milhares de jovens pedem urgência e justiça nas pautas de mudanças climáticas (Christopher Furlong/Getty Images)

COP26, em Glasgow: Milhares de jovens pedem urgência e justiça nas pautas de mudanças climáticas (Christopher Furlong/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 5 de novembro de 2021 às 17h52.

Última atualização em 6 de novembro de 2021 às 08h39.

*De Glasgow, na Escócia

Quando a banda inglesa Sex Pistols criticou a realeza britânica e esbravejou que “não há futuro” na música God Save The Queen, em 1977, seus integrantes não deviam imaginar que um grupo de milhares de jovens tomariam a Kelvingrove Square, em Glasgow, 45 anos depois pedindo por um planeta verde – e agora, mais uma vez, quase que sem esperança de futuro. Mas, foi exatamente isto que aconteceu na Fridays for Future, movimento capitaneado pela ativista de Greta Thunberg, nesta sexta-feira, 5.

O movimento estava tomado por cartazes, microfones, e roupas mais coloridas do que as que se veem dentro dos corredores oficiais da COP26. O grupo que considera jovens aqueles que tem até 29 anos, também recebeu idosos e famílias inteiras.

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Juntos, eles pediam que as metas do Acordo de Paris, de 2015, como frear o aquecimento global em 1,5 grau, sejam prioridade. Isto enquanto os governos ainda debatem como os artigos propostos serão praticados para que o resultado seja obtido. Para eles, os planos propostos para 2030 ou 2050 são mais urgentes.

Na ocasião, as pessoas também criticaram exploração da terra e do petróleo, por exemplo.

Outro ponto abordado é a inclusão e a justiça climática, de modo que as transferências de renda anunciadas por países ricos para os países em desenvolvimento cheguem aos que mais sofrem com catástrofes como enchentes, desmatamentos, tornados e mais.

Na praça cheia, e ao longo do percurso de 2,5 quilômetros, muito se ouviu português. Um grupo de brasileiros estava, inclusive, do lado de dentro da faixa de proteção cerca de policiais.

Meninos e meninas, sobretudo negros e indígenas, pediam pela proteção da Amazônia, políticas ambientais fortes, justiça social, fim do racismo climático, além de protestos contra o governo Bolsonaro.

"A educação climática é uma das nossas principais bandeiras, a gente quer respeito pela Amazônia, por todos os biomas e queremos justiça climática", Luan Werneck, ativista climático do Rio de Janeiro.

Discurso de Greta Thunberg

No final da passeata, Thunberg e outros jovens discursaram. Na fala da ativista sueca há descontentamento com a COP. "A COP26 é um fracasso. Não precisamos de mais promessas”, disse ela.

“A COP se transformou em um evento de relações públicas onde os líderes estão fazendo belos discursos e anunciando compromissos e metas extravagantes”, afirmou.

Ainda segundo a ativista, as ações drásticas para a mudança do clima não estão sendo tomadas como deveriam.

Na marcha, jovens da brasileira Coalizão Negra por Direitos também discursaram. Hoje, a entidade de 241 organizações também lançou uma carta pelo fim do racismo climático.

Assista ao vídeo.

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EXAME na COP

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.

Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países-membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a ser tomadas.

Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.

Leia a cobertura completa da EXAME sobre a COP26

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