Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:
seloNegócios

Fnac vai investir em lojas antes de passar operação à Cultura

O negócio operava no vermelho havia anos, e a receita somou 138 milhões de euros em 2015

Modo escuro

Continua após a publicidade
Fnac: não fazia novos movimentos no Brasil há três anos (Charles Platiau/Reuters)

Fnac: não fazia novos movimentos no Brasil há três anos (Charles Platiau/Reuters)

F
Fernando Scheller, Luciana Dyniewicz e Mônica Scaramuzzo, de Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de julho de 2017 às, 12h08.

São Paulo - A varejista francesa de livros e eletrônicos Fnac está deixando o País após 18 anos. Oficialmente em busca de um parceiro para o negócio brasileiro desde fevereiro deste ano, a companhia anunciou nesta quarta-feira, 19, um acordo com a Livraria Cultura, controlada pela família Herz. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, antes de repassar o negócio por um valor simbólico para o grupo nacional, a Fnac se comprometeu a investir um pouco menos de R$ 150 milhões na rede.

Com apenas 12 lojas no País, a Fnac não fazia novos movimentos no Brasil há três anos, desde que abriu uma pequena unidade no free shop do Aeroporto de Guarulhos. Segundo fontes, o dinheiro que a Fnac, mesmo de saída, vai investir agora será parcialmente destinado à reforma de lojas, que há tempos têm o mesmo design. O negócio operava no vermelho havia anos, e a receita somou 138 milhões de euros em 2015.

A marca Fnac será usada pela Cultura em um primeiro momento, dizem fontes, mas não está definida como será a relação comercial no longo prazo.

Dificuldades

O anúncio pegou o mercado de livros de surpresa, até porque a Cultura passa por dificuldades, inclusive com atrasos de repasses de pagamento a editoras.

O atraso, que é de cerca de seis meses, segundo fontes de mercado, está em fase de renegociação neste momento e a expectativa é que a situação não deva ser solucionada antes do fim de 2017. Uma fonte do setor diz que as editoras só foram avisadas da união entre Cultura e Fnac na manhã desta quarta-feira.

A empresa viu sua receita cair cerca de 17% nos últimos três anos, atingindo R$ 380 milhões em 2016. Além disso, os últimos dois anos foram de cortes no setor administrativo - a companhia demitiu 800 funcionários no período, reduzindo seu efetivo em 40% desde 2014.

Em sua conta no LinkedIn, no entanto, o presidente da Livraria Cultura, Sergio Herz, comemorou o acordo com a Fnac. Segundo ele, trata-se de um passo que vem para transformar o negócio da companhia, fundado há 70 anos. Procurada pela reportagem para explicar condições do acordo, Cultura e Fnac não quiseram se pronunciar.

Em entrevista ao jornal em março, Herz havia minimizado o atraso do repasse às editoras, dizendo que se tratava de um processo "normal" diante da crise do varejo. Em fevereiro, chegou a circular no mercado a informação de que a Cultura estava à venda e que a concorrente Saraiva analisava a aquisição - informação que foi negada pelo empresário.

Na época, Sergio acrescentou que os custos de manutenção de lojas físicas vinham pressionando a operação - por isso, um de seus projetos era reforçar o e-commerce da Cultura. Agora, com a incorporação da Fnac, a rede de unidades deverá ser ampliada para 29 lojas - e os novos pontos de venda serão de maior porte.

Outro desafio da Cultura será aprender a trabalhar no segmento de eletroeletrônicos, que é o carro-chefe da Fnac. Segundo uma fonte do setor, a rede francesa havia praticamente desistido de livros nos últimos meses, reduzindo drasticamente novos pedidos.

A Fnac foi assessorada pelo Santander e pela Veirano Advogados. A Cultura teve assessoria do Souza, Cescon Advogados.

 

Últimas Notícias

Ver mais
Expo Favela vai reunir 220 empreendedores de favelas de todo o Brasil

seloNegócios

Expo Favela vai reunir 220 empreendedores de favelas de todo o Brasil

Há 6 horas

5 tendências para o franchising brasileiro em 2024

seloNegócios

5 tendências para o franchising brasileiro em 2024

Há 6 horas

Gigantes do varejo americano enfrentam forte concorrência de chinesas Shein e Temu

seloNegócios

Gigantes do varejo americano enfrentam forte concorrência de chinesas Shein e Temu

Há 18 horas

Justiça determina que dona do Starbucks no Brasil inclua Subway no pedido de recuperação judicial

seloNegócios

Justiça determina que dona do Starbucks no Brasil inclua Subway no pedido de recuperação judicial

Há 19 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Com itens personalizados, Tramontina usa expertise para aproveitar alta dos presentes de fim de ano

Com itens personalizados, Tramontina usa expertise para aproveitar alta dos presentes de fim de ano

Suvinil investe para criar embalagens e produtos mais sustentáveis

Suvinil investe para criar embalagens e produtos mais sustentáveis

Inovação em nuvem e IA: a aposta da Huawei Cloud para o Brasil

Inovação em nuvem e IA: a aposta da Huawei Cloud para o Brasil

Poupança, CDB ou conta que rende? O que especialistas dizem sobre as aplicações
Minhas Finanças

Poupança, CDB ou conta que rende? O que especialistas dizem sobre as aplicações

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais