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Remy Sharp
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Há cinco meses, em abril, o norte-americano Ezra Kebrab deixou para trás sua vida nos Estados Unidos para fincar residência em São Paulo. O objetivo? Fazer do Brasil o primeiro país a receber a Caliza, startup que ele criou e que serve como um API - espécie de sistema de interface e de conexão - para que bancos e fintechs ofereçam contas internacionais. 

O sistema funciona nos “bastidores” dos bancos. Ele é uma interface que, caso a instituição financeira contrate, permite que seus clientes abram contas em dólar e façam pagamentos e transferências internacionais em tempo real. “A pessoa contrata a Caliza, temos uma documentação orientada para o time de desenvolvedores , em alguns passos, eles já podem oferecer a conta internacional”. 

Para entrar no Brasil, a Caliza está investindo 30 milhões de reais. O investimento vem de uma rodada seed liderada pela Better Tomorrow Ventures e pela Abstract Ventures. O dinheiro será usado tanto para tecnologia como em recursos humanos. Parte também será usada para a área jurídica.

“Queremos ter todas as medidas apropriadas para atender tanto os padrões legais de dados no Brasil como nos Estados Unidos”, diz Kebrab. “Estamos muito focados ​​em garantir que seja rígido do ponto de vista regulatório. Que os dados se conectem de maneira responsável com os bancos internacionais”. 

Qual a história de Kebrab

Kebrab é filho de imigrantes de imigrantes da Etiópia e da Eritreia, e nasceu e cresceu em Washington DC. Explica que, assim como em São Paulo há a maior comunidade de japoneses fora do Japão, a capital dos Estados Unidos tem a maior comunidade de etíopes fora do país. “Tive a sorte de morar em uma cidade cosmopolita com muitas oportunidades e, ao mesmo tempo, estar envolta de amigos e familiares descendentes de africanos”, diz. 

Já maior, foi para Nova York estudar engenharia em Columbia. Foi lá que teve a primeira experiência e o primeiro entendimento de que queria trabalhar com pagamentos

“Meu pai já tinha experiências de pagamento quando precisava enviar dinheiro para os familiares na Etiópia, mas os meus primeiros problemas foram quando fui morar em Nova York”, afirma. “Ele me mandava grana em uma fase que eu estava mal financeiramente, mas o dinheiro só entrava na conta sete dias depois. Demorava sete dias para pagar. Pensei que precisava solucionar isso”. 

Quando saiu da faculdade, trabalhou em uma startup e, nos últimos quatro anos, trabalhou na Visa. Por lá, liderava o programa de aceleração da empresa projetado para ajudar fintechs a lançarem novas soluções globais de pagamento. Durante esse tempo, descobriu como era difícil para as empresas entrarem em outros mercados, principalmente devido à falta de acesso a contas globais. 

Aí, juntou seu desejo de trabalhar com pagamentos e a vontade de empreender e começou a desenvolver a Caliza. 

Por que o Brasil

O primeiro mercado a receber a Caliza será o Brasil. Kebrab destaca que é um país cujo processo de pagamento está bem avançado. “Os pagamentos no Brasil são muito avançados”, afirma. “O Pix é uma das coisas mais impressionantes que vi. Por aqui, quase todos têm acesso a pagamentos instantâneos. Já é possível dar o próximo passo”.  

E o próximo passo, na visão de Kebrab, é permitir que bancos tenham serviços de conta internacional. E, de fato, esse serviço está crescendo no Brasil. Há empresas especializadas nisso, como a Nomad, que recebeu recentemente um aporte de R$ 300 milhões para seguir expandindo. E há bancos que também estão começando a disponibilizar essa modalidade. 

“Abrir uma conta em dólar fora dos EUA, é um processo caro e complexo, dificultando o acesso deste tipo de serviço para pessoas físicas ou pequenas empresas”, diz. “Em muitos casos, os bancos locais fornecem somente contas em dólar para multinacionais ou clientes de patrimônio privado com um determinado capital investido. Como resultado, empresas brasileiras e os indivíduos excluídos desses produtos globais pagam um preço substancial pelo acesso a comerciantes e serviços internacionais”. 

Quais as metas da Caliza

Por aqui, as metas ainda são abstratas. Kebrab não quis dar números, mas diz que espera que a Caliza já esteja em vários bancos e “em uma população ampla” até o ano que vem. E querem ir para fora do Brasil também. A ideia é já estar no México no início de 2024. E chegar também, a mais longo prazo, a países da África e do Sudeste Asiático.  

"Acredito fortemente em um futuro com fronteiras fluidas, tanto para as pessoas quanto para o capital" diz Jake Gibson, Sócio-Fundador da Better Tomorrow Ventures, que investiu na empresa agora. 

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