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Remy Sharp
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O CEO da Gohobby, uma das principais distribuidoras de drones da América Latina tinha no céu um hobby. Ele gostava de, no tempo livre, pilotar os pequenos helicópteros e drones. O negócio dele, mesmo, era bem no chão, nas pistas de corrida. Adriano Buzaid foi piloto de automobilismo e chegou a correr na GP2, principal categoria que dá acesso à Fórmula 1. 

“Foram cinco anos de carreira na corrida”, afirma Buzaid. “Competi com vários corredores conhecidos, como Daniel Ricciardo, Valtteri Bottas e Sergio Perez, que hoje são pilotos da Fórmula 1. Foi uma experiência muito boa. Em 2011, chegamos a negociar uma vaga para a Fórmula 1, mas o tíquete para entrar era alto e não conseguimos fechar todos os patrocínios”.

Foi nessa época, entre o final de 2010 e início de 2011, que Buzaid criou a Gohobby. Ele já pilotava réplicas de helicópteros, o que ajudou, inclusive, na “precisão na pilotagem”, porque o controle dos equipamentos era muito sensível. E na virada da década, o drone acabava de ser lançado. “Era um drone controlado pelo celular”, diz Buzaid. “O smartphone ainda estava muito recente. Quando vi o produto, fiquei impressionado e pensei que seria algo legal para levar ao Brasil. A gente fechou contratos com exclusividade e nos tornamos a primeira distribuidora do Brasil em drones”. 

Hoje, cerca de 11 anos depois, a Gohobby está pensando em novas frentes de produtos e já está com um faturamento mais estruturado. O mercado de drones cresceu no país e a empresa vai faturar, em 2023, cerca de 100 milhões de reais. Mas nos próximos 12 meses, quer faturar 150 milhões de reais apenas com uma única linha: a de drones para o agronegócio.

Como foi o início da Gohobby

Sem muita verba, a Gohobby começou com poucos funcionários. O próprio Buzaid, além de administrar a empresa, cuidava de outras frentes, como de contas a pagar e a receber. Em 2012, iniciou a faculdade de administração, já tocando o negócio. 

“Um aprendizado que tive é que, se alguém quiser começar um negócio sem ter muito capital, precisa ter capacidade de ser multitarefa”, diz o empresário. “Eu fazia contas a pagar, contas a receber, marketing, vendas, entregas, cuidava de logística, design. Dormia no escritório com colchão inflável para não perder tempo de me deslocar para casa. Era bem punk, em termos de trabalho”. 

Aos poucos, a Gohobby foi se consolidando. Vendendo para varejo e para outras revendedoras, fechou boas parcerias com redes que não tinham outro fornecedor de drone. Nos últimos três anos, conseguiram ainda ampliar o portfólio de produtos, oferecendo máquinas fotográficas, fones de ouvido, capas de celulares e outros tipos de produtos dentro do universo de drones.

Quais os focos da Gohobby hoje 

São três os tipos de drones que a Gohobby trabalha hoje:

  • Consumidor final: são os drones de entrada, para o consumidor final, que quer um drone para hobby. Geralmente, são equipamentos de entrada, com tíquete médio menor
  • Enterprise: para outras empresas, de ferramentas de trabalho. São usados por policiais e bombeiros, por exemplo, para busca e salvamento.
  • Agricultura: a nova frente de negócio da Gohobby, para mapeamento de terrenos, spray para defensivos agrícolas. São equipamentos que podem substituir ou complementar os tratores.

A maioria dos produtos são importados, principalmente da China. Há também venda de geradores solares. Neste caso, a fabricação é feita no Brasil. No setor de entreprise , a Gohobby detem 40% do market share. Ela também lidera no segmento consumidor final.

A empresa tem dois centros de distribuição. Um em Barueri (SP) e outro em Joinville (SC). Já o escritório fica em São Paulo. 

Como é a nova aposta em agronegócio 

Hoje, os maiores mercados da Gohobby são o Sul e o Sudeste, mirando o faturamento total. Mas há uma aposta no radar da empresa: o mercado de drones para a agricultura. São equipamentos que farão mapeamento de solo e que conseguirão fazer, por exemplo, aplicação de defensivos agrícolas. E o mercado que a empresa está olhando para esse setor é do Norte e Nordeste. 

E trata-se de um mercado milionário. A empresa espera faturar, nos próximos 12 meses, 150 milhões de reais apenas com essa categoria de agricultura. É mais do que o faturamento total esperado para 2023, de 100 milhões de reais. 

“Os drones agrícolas têm um tíquete médio bem maior do que os drones de lazer, o que vai ajudar no nosso faturamento”, afirma Buzaid. “Ao mesmo tempo, ele é de 10 a 20 vezes mais barato do que um trator. É muito mais barato que um avião. E o mais legal é que você faz um fazendeiro pequeno parecer uma fazenda tecnológica”. 

Os primeiros contêineres com os drones estão chegando, e quase todos já estão vendidos. Isso ajuda a reforçar a aposta da empresa na categoria. Até 2026, a empresa quer chegar aos 500 milhões em faturamento. 

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