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Credit Suisse tem lista tríplice para novo CEO no Brasil, dizem fontes

José Olympio Pereira, Marcelo Kayath e Luis Stuhlberger são apontados como possíveis para o cargo, segundo fontes que acompanham a discussão

José Olympio Pereira é co-head da área de banco de investimento do banco suíço (Germano Lüders/EXAME)

José Olympio Pereira é co-head da área de banco de investimento do banco suíço (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2011 às 10h11.

São Paulo - Antonio Quintella, o executivo do Credit Suisse Group AG cuja remuneração superou a do CEO global do banco, Brady Dougan, no ano passado, será provavelmente substituído no cargo de presidente para o Brasil por um de três candidatos no início de 2012, disseram duas pessoas a par do assunto.

José Olympio Pereira e Marcelo Kayath, os co-heads da área de banco de investimento do banco suíço, e Luis Stuhlberger, que dirige uma empresa separada de gestão de recursos de terceiros no País, são as principais opções para substituir Quintella, que foi promovido para o cargo de CEO das Américas em meados do ano passado, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas, pois a discussão está em andamento.

Quintella, 45, é o presidente do Credit Suisse no Brasil desde 2003, período no qual o banco quadruplicou seus ativos, capital e número de funcionários. O Credit Suisse é o segundo colocado no ranking de assessoria em fusões e aquisições de empresas neste ano. Foi o primeiro em emissões públicas iniciais de ações de 2005 até o ano passado. A Credit Suisse Hedging- Griffo possui o maior fundo de hedge do Brasil, com mais de R$ 13 bilhões sob gestão.

“Quintella e José Olympio transformaram o Credit Suisse em um dos três mais importantes bancos de investimentos em um mercado tão competitivo como o do Brasil, ao lado do Itaú BBA e do BTG Pactual”, disse Vinicius Bolotnicki, sócio no Brasil da empresa de headhunter Options Group. Eles criaram um banco “que tem sido um pioneiro no mercado de ações, fusões e aquisições e transações sofisticadas e estruturadas de crédito”, disse ele.

Karen Laureano-Rikardsen, porta-voz do Credit Suisse, não quis comentar sobre movimentações de pessoal.

Mais investimentos

A decisão sobre quem vai substituir Quintella, que veio para o Credit Suisse em 1997 do ING Barings, virá no início do próximo ano, disseram as pessoas. Enquanto Quintella vai se concentrar mais em seu papel de CEO para as Américas, seu sucessor no Brasil vai dirigir uma subsidiária escolhida pelo banco como objeto para mais investimentos.

“Nós vamos alocar recursos adicionais em negócios em mercados de rápido crescimento e grandes, especialmente o Brasil, o sudeste da Ásia, a Grande China e a Rússia”, disse o banco no balanço do terceiro trimestre. O objetivo é aumentar a contribuição da receita dessas regiões para 25 por cento do total em 2014 em relação aos 15 por cento no ano passado, segundo o relatório do banco.

M&A

Pereira disse em abril que o Credit Suisse iria expandir sua equipe de banco de investimento no Brasil contratando mais seis pessoas em relação aos 30 funcionários que possuía. A crise de dívida atrapalha esse esforço, assustando os investidores especialmente do mercado de emissões públicas de ações, disse Pereira em setembro. A Abril Educação SA foi a última empresa brasileira a abrir o capital, levantando R$ 371 milhões em 22 de julho.


Pereira assessorou a MPX Energia SA, a empresa de energia controlada pelo bilionário Eike Batista, na aquisição de ativos do setor de energia do Grupo Bertin neste ano por US$ 164,52 milhões. Seu time também trabalhou no lado do Grupo Mabel na aquisição da empresa brasileira pela PepsiCo Inc. Pereira trabalhou antes na Salomon Smith Barney e no Citigroup Inc. e iniciou sua carreira no Banco de Investimentos Garantia SA, o banco de investimento brasileiro que foi comprado pelo Credit Suisse em 1998. Ele trabalhou com Quintella pela primeira vez no Garantia.

“Quintella e José Olympio aproveitaram a melhor parte da cultura agressiva e inovadora do Banco Garantia e integraram essa cultura em um contexto internacional”, disse Bolotnicki, acrescentando que eles transformaram um banco de tesouraria em uma instituição mais focada no cliente.

O bilionário Jorge Paulo Lemann, que fundou o Garantia em 1971, ainda viaja para São Paulo de sua casa na Suíça para dar palestras para os funcionários do banco.

Corretora

Kayath também trabalhou no Garantia. Ele ajudou o Credit Suisse a ter a maior corretora da Bovespa, com uma participação de mercado de 8,7 por cento em outubro.

“O Garantia era um paraíso para pessoas ambiciosas e empreendedoras”, disse Pereira na edição de novembro da revista Bloomberg Markets.

Sob os cuidados de Stuhlberger, que fundou a Hedging- Griffo, os ativos sob gestão mais que triplicaram em cinco anos para R$ 36 bilhões. O negócio representa 40 por cento das receitas do Credit Suisse no Brasil, disse uma das pessoas.

O Credit Suisse comprou o controle da Hedging-Griffo em 2006. O banco pretende exercer sua opção e comprar o resto da empresa até o final do ano, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. A compra vai custar cerca de US$ 810 milhões, disse o Credit Suisse no seu balanço do segundo trimestre.

Gestão de recursos

O setor de gestão de recursos no Brasil tem cerca de R$ 1,8 trilhão em ativos, segundo a Anbima, a associação dos bancos de investimento e do mercado de capitais. Entre outros bancos internacionais com atuação neste mercado está o JPMorgan Chase & Co., baseado em Nova York, que comprou 55 por cento do Gávea Investimentos Ltda. no ano passado. O Deutsche Bank AG, o maior banco da Alemanha, disse neste ano que planeja retornar ao setor depois de ter abandonado o segmento em 2003.

Quintella começou no Credit Suisse em 1997 vindo do ING Barings como um banqueiro sênior de relacionamento com os clientes no departamento de banco de investimento e se tornou o presidente no Brasil em 2003. Desde então, Quintella elevou o número de funcionários do banco de 200 para 850. O capital da subsidiária, de R$ 688 milhões em 2003, passou para R$ 3,6 bilhões em 30 de junho, segundo o Banco Central. Os ativos subiram de R$ 7,5 bilhões para R$ 29,4 bilhões.

O Credit Suisse recompensou Quintella com 15,6 milhões de francos suícos (US$ 17 milhões) em salário mais bônus em 2010, em comparação com os 12,8 milhões de francos suíços para o CEO Brady Dougan. O banco cortou a compensação total de Dougan em mais de um terço depois de os lucros caírem 24 por cento.

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