Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:
seloNegócios

Cade vai à Justiça contra liminar de sócia da Petrobras

A sócia da Petrobras, White Martins, atua no mercado de gás natural liquefeito (GNL) desde 2004

Modo escuro

Continua após a publicidade

	Há um mês, a White Martins barrou na Justiça do Distrito Federal a decisão do órgão antitruste, adotou medida por entender possível tratamento discriminatório de preços
 (.)

Há um mês, a White Martins barrou na Justiça do Distrito Federal a decisão do órgão antitruste, adotou medida por entender possível tratamento discriminatório de preços (.)

M
Mônica Scaramuzzo

Publicado em 8 de julho de 2015 às, 09h09.

São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai recorrer nos próximos dias contra a liminar imposta pela White Martins, sócia da Petrobras no Projeto Gemini, criado em 2004, para atuar no mercado de gás natural liquefeito (GNL).

Há quase um mês, a White Martins barrou na Justiça do Distrito Federal a decisão do órgão antitruste, que no fim de abril adotou medida preventiva por entender "possível tratamento discriminatório" (de preços) no fornecimento de gás pela estatal ao consórcio.

O processo, que corre em segredo de Justiça, não só suspende a medida preventiva do Cade, como também suspende toda a investigação e revisão do ato de concentração do negócio, que tem sido conduzida pelo Cade nos últimos 9 anos.

O consórcio Gemini é formado pela Petrobras, com 40% do negócio, e White Martins Gases Industriais Ltda, com outros 60%. Juntas, criaram a Gás Local, que distribui gás natural a granel em estado liquefeito (GNL).

No acordo, a Petrobras fornece o gás natural, enquanto a White Martins liquefaz esse gás e a Gás Local realiza a sua comercialização e distribuição. No entanto, o que tornou-se motivo de vários questionamentos no Cade foi o fato de a estatal fornecer a matéria-prima a preços subsidiados ao consórcio, da qual é sócia.

O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que o fornecimento da matéria-prima a preços subsidiados provocou perdas à estatal da ordem de R$ 340 milhões desde que a companhia começou a operar.

O consórcio atua nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio e Distrito Federal. Quando ele foi criado, a Gás Local não poderia atuar em regiões não servidas por gasodutos. Na prática, não é isso que ocorre.

Decisão

Ao reanalisar todo o processo, o Cade determinou, no dia 24 de abril, a proibição de forma preventiva (suspensão temporária) de tratamento vantajoso no fornecimento de gás pela Petrobras ao consórcio, proibindo a estatal de praticar preços diferenciados até que o colegiado desse um parecer final sobre o caso.

Essa decisão foi concedida a pedido da Comgás, controlada pelo grupo Cosan, que distribui gás canalizado no Estado de São Paulo. A companhia entrou, em 2007, como parte interessada no processo do Cade por entender que a estatal adota práticas anticompetitivas, uma vez que a Petrobras estaria fornecendo gás natural ao consórcio a preços menores do que o oferecido às distribuidoras de gás nas regiões onde a empresa atua, além de prejudicar companhias fornecedoras de gás natural comprimido (GNC), que disputam o mesmo mercado das empresas de GNL.

Procuradas, a Petrobras e a White Martins informaram que não vão comentar o assunto. O Cade confirmou que "vai recorrer da decisão". A Comgás informou, por meio de um comunicado, que "acompanha o caso e ressalta que acredita nas instituições brasileiras e em sua capacidade de analisar, julgar e coibir práticas anticoncorrenciais".

Fontes ouvidas pelo jornal "O Estado de S. Paulo" informaram que a Petrobras decidiu não mais questionar a decisão do Cade. A White Martins contestou sozinha na Justiça a medida preventiva do órgão antitruste.

"O fato de a estatal estar em um momento financeiro delicado, tentando se desfazer de ativos e passando por ajustes, dá a entender que a Petrobras não quer manter sua política de preços subsidiados", disse uma fonte familiarizada com a operação.

Questionada sobre a decisão de não recorrer, a estatal também preferiu não se manifestar.

Quando aprovou a formação do consórcio em 2006, o Cade solicitou que o Gemini tornasse públicas informações sobre o consórcio, como clientes atendidos, volume fornecido e preços praticados.

O objetivo da medida era permitir que o próprio mercado tivesse condições de identificar eventuais práticas anticoncorrenciais.

À época, o consórcio foi à Justiça para reverter essa decisão de transparência, na 20ª Vara do Distrito Federal. Em 2007, o Cade instaurou uma averiguação preliminar para investigar as operações do consórcio.

Em 2013, diante de indícios de discriminação e subsídios de preços, converteu a averiguação em processo administrativo e reabriu o ato de concentração do Gemini, aprovado em 2006. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimas Notícias

Ver mais
Painel da COP28 discute soluções para combate ao desmatamento no Brasil

seloNegócios

Painel da COP28 discute soluções para combate ao desmatamento no Brasil

Há 3 horas

O McDonald's já investiu em pizza, frango assado e burrito. Agora, abre cafeteria 'sideral' nos EUA

seloNegócios

O McDonald's já investiu em pizza, frango assado, burrito e, agora, no café

Há 9 horas

Versão brasileira, Herbert Richers: como estão os clássicos estúdios de dublagem que bombavam na TV

seloNegócios

Versão brasileira, Herbert Richers: como estão os clássicos estúdios de dublagem que bombavam na TV

Há 12 horas

COP28: JBS defende parceria com produtores rurais para acelerar a descarbonização do setor

seloNegócios

COP28: JBS defende parceria com produtores rurais para acelerar a descarbonização do setor

Há um dia

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Lead Energy quer reduzir R$ 1 bi na conta de luz dos brasileiros até 2027

Lead Energy quer reduzir R$ 1 bi na conta de luz dos brasileiros até 2027

Ceará deve se tornar um dos maiores produtores do combustível do futuro

Ceará deve se tornar um dos maiores produtores do combustível do futuro

“O número de ciberataques tem crescido 20% ao ano”, diz a Huawei

“O número de ciberataques tem crescido 20% ao ano”, diz a Huawei

“A geração de energia caminha lado a lado com o desenvolvimento econômico”, diz Paulo Câmara

“A geração de energia caminha lado a lado com o desenvolvimento econômico”, diz Paulo Câmara

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais