Exame Logo

Bolsa perde 5,4% em 2 dias e retorna aos 66 mil pontos

Por Taís Fuoco São Paulo - O movimento de correção visto ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) prosseguiu nesta quinta-feira, levando em dois dias a uma queda de 5,4% da pontuação do índice Bovespa (Ibovespa). O consenso entre os operadores, no entanto, é que o ajuste deve continuar no curto prazo, diante […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Por Taís Fuoco

São Paulo - O movimento de correção visto ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) prosseguiu nesta quinta-feira, levando em dois dias a uma queda de 5,4% da pontuação do índice Bovespa (Ibovespa). O consenso entre os operadores, no entanto, é que o ajuste deve continuar no curto prazo, diante da clareza de que a China vai conter as bolhas especulativas com mais medidas de restrição monetária e que a Bolsa brasileira "esticou" demais - nos últimos 12 meses, por exemplo, a alta acumulada é de quase 72%. Além disso, alguns indicadores mostram que a economia dos EUA ainda passa por uma recuperação frágil. O Ibovespa perdeu hoje 2,83%, aos 66.270,14 pontos, depois de oscilar entre a máxima de 68.458,40 pontos (+0,38%) e a mínima de 65.996,26 pontos (-3,23%). O volume financeiro foi de R$ 7,61 bilhões, pouco acima do registrado ontem, de R$ 7,5 bilhões. No acumulado de janeiro, o Ibovespa registra perda de 3,38%.

Veja também

"O mercado está receoso, assustado, e isso tem fundamento", avalia um operador. Segundo ele, as restrições monetárias na China devem surgir com mais força, na medida em que o gigante asiático se empenha para coibir as bolhas e ter maior controle sobre o crescimento. Como a demanda chinesa vinha estimulando o setor siderúrgico, a possibilidade de que o país fique mais contido derrubou as cotações da Vale, que tem na China seu maior cliente, assim como os papéis das siderúrgicas Gerdau, Usiminas e CSN. As ações ON da Vale, por exemplo, caíram 3,46%, a R$ 51,60, enquanto o papel PNA recuou 3,56%, para R$ 44,76.

Depois de divulgar um crescimento consistente em 2009 (PIB teve expansão de 8,7%), a China voltou a elevar os juros dos títulos, desta vez os de três meses, e ontem sinalizou com medidas de restrição ao crédito. O Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês) já elevou, nos últimos dias, os juros dos bônus de 1 ano duas vezes.

Petrobras, a outra blue chip da Bolsa brasileira, acompanhou a queda generalizada do Ibovespa enquanto as cotações do petróleo no mercado internacional também recuaram. Os estoques de gasolina nos Estados Unidos, divulgados hoje, cresceram 3,95 milhões de barris, contra expectativa de alta de 1,3 milhão de barris. O contrato futuro de petróleo para março caiu 2,14%, para US$ 76,08 o barril. Já as ações ordinárias da Petrobras recuaram 2,81%, a R$ 38,44, enquanto os papéis sem direito a voto (PN) tiveram retração de 3,16%, para R$ 34,33.

Nos Estados Unidos, o número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego aumentou 36 mil -- maior alta dos últimos 8 meses --, para 482 mil, após ajustes sazonais, na semana até 16 de janeiro. Economistas ouvidos pela Dow Jones esperavam queda de 4 mil pedidos. O indicador contribuiu para a realização de lucros na Bovespa e a queda nos principais índices de Nova York.

Outro fator que agravou as perdas nas Bolsas americanas foi o detalhamento dos planos do presidente Barack Obama de impor novas restrições sobre os grandes bancos. Obama propôs novos limites ao tamanho e ao risco assumido pelas maiores instituições financeiras do país. Perto das 18h30, o índice Dow Jones caía 2,02%, o S&P 500 perdia 1,84% e a Bolsa eletrônica Nasdaq recuava 1%. As principais bolsas europeias também fecharam em baixa de mais de 1,5%, após uma sessão volátil.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame