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Bilionários do Brasil se aproveitam dos tropeços de compatriotas
A pouco conhecida Cambuhy Investimentos foi ao mercado no início do mês para adquirir a fabricante das sandálias Havaianas da J&F
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Havaianas: esta não é a primeira incursão da Cambuhy em ativos de outros bilionários (Germano Lüders/Site Exame)
Publicado em 27 de julho de 2017 às, 16h50.
São Paulo - Os bilionários brasileiros estão comprando ativos uns dos outros, como, por exemplo, sandálias.
A pouco conhecida Cambuhy Investimentos foi ao mercado no início do mês para adquirir a fabricante das sandálias Havaianas da J&F Investimentos.
A butique de gestão de patrimônio é de propriedade de Pedro Moreira Salles, co-presidente do conselho do Itaú, e de Marcelo Medeiros, ex-sócio do Banco Garantia.
Esta é a jogada mais recente -- certamente não a última -- de uma brincadeira da batata quente entre algumas das pessoas mais ricas do país. A decisão coloca uma das marcas mais emblemáticas do Brasil nas mãos das bilionárias Cambuhy e Brasil Warrant a um valor de R$ 3,5 bilhões.
Os detalhes desse negócio entre “brasilionários” são os seguintes: a Cambuhy tem o envolvimento já mencionado da família Moreira Salles, enquanto a Brasil Warrant é controlada pela Itaúsa - Investimentos Itaú, apoiada pela família Setúbal.
O clã Moreira Salles, com uma fortuna combinada de cerca de US$ 21 bilhões, e a família Setúbal controlam em conjunto o Itaú, o maior banco latino-americano em valor de mercado.
A transação marca o fim de um período de quase dois anos no qual a Havaianas foi controlada pela J&F Investimentos, que é, naturalmente, a holding dos irmãos bilionários Wesley e Joesley Batista, que venderam sua participação na empresa de sandálias para pagar acordos com a Justiça.
Então, por que investir em chinelos? Porque não se trata de um chinelo qualquer. As Havaianas estão no topo da hierarquia global das sandálias e seus produtos são usados por gente como Kim Kardashian e Gwyneth Paltrow. Os pares mais raros são incrustados com cristais Swarovski e vendidos por US$ 70 na Saks Fifth Avenue.
“Havaianas é uma marca que viaja bem, com grande apelo tanto no mercado local quanto no internacional”, observou Marcelo Medeiros, da Cambuhy, em seu escritório, em São Paulo.
O calçado não é o primeiro ativo comprado de empresas bilionárias brasileiras com problemas, e pode não ser o último. Entre outros ativos prontos para serem arrematados estão a empresa láctea Vigor, da J&F, Braskem, da Odebrecht, e a BR Distribuidora, da Petrobras.
Medeiros preferiu não comentar sobre possíveis aquisições futuras.
Não é primeira vez
Esta não é a primeira incursão da Cambuhy em ativos de outros bilionários. O ex-homem mais rico do Brasil, Eike Batista, que foi preso recentemente e não tem relação com os irmãos da J&F, rendeu uma oportunidade anteriormente.
Há quatro anos, horas antes de apresentar seu pedido de recuperação judicial, a Parnaíba Gás Natural (então conhecida como OGX Petróleo e Gás Participações), a petroleira de Eike Batista, fechou a venda de seu único ativo produtivo à Cambuhy e à alemã EON por US$ 154 milhões.
O montante foi inferior aos US$ 173 milhões que a companhia informou em um documento, dias antes, que pretendia receber com a venda da unidade à Eneva.
Anos depois, a Cambuhy realizou a fusão da Parnaíba Gás Natural, e a produtora de energia Eneva atualmente é a segunda maior investidora da entidade combinada, com uma participação de 25,7 por cento.
A Eneva esperaria R$ 1,5 bilhão de uma oferta subsequente de ações (follow on) no fim do ano, publicou o jornal Valor Econômico em 26 de julho, citando pessoas com conhecimento do assunto.
A Cambuhy também possui uma participação de 4,7 por cento na Hering, uma empresa de varejo semelhante à The Gap, com produtos voltados às classes média e média-alta.
A empresa controladora da Havaianas, a Alpargatas, enfrenta desafios para ampliar a utilização de sua capacidade, que é de cerca de 50 por cento, disse Gustavo Gato, gestor da Explorador Capital Management, que tem ações da fabricante de calçados entre seus ativos sob gestão.
A expansão internacional é a forma de conseguir um uso melhor dos ativos e de ampliar a rentabilidade, disse ele, acrescentando que a Alpargatas já vende mais de um par de suas icônicas sandálias por brasileiro por ano.
“Eles precisam aumentar o volume de pares vendidos para ter alavancagem operacional, diluir custos e ampliar margens”, disse Gato. “Eu gostaria de ver mais ativismo do controlador no dia a dia da empresa. Uma sinergia muito rápida seria colocar as havaianas para serem vendidas nas lojas da Hering.”
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