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Argentina e Chile fracassam planos de IPOs do frigorífico Minerva

A avaliação é de que o mercado brasileiro oferece, neste momento, as melhores condições para a empresa captar recursos para reduzir o seu endividamento

Minerva (Ricardo Benichio/Exame)

Minerva (Ricardo Benichio/Exame)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 07h00.

A decisão da Minerva de desistir de uma oferta pública inicial de ações no Chile foi o mais recente episódio da série de tentativas fracassadas de frigoríficos brasileiros de vender papéis no exterior na última década.

Segundo uma pessoa a par do assunto, o frigorífico sediado em São Paulo está abandonando os planos para a estreia da subsidiária Athena Foods no mercado chileno, em meio a incertezas econômicas e financeiras na Argentina, que é responsável por aproximadamente um terço da receita da unidade, e uma deterioração nas condições de mercado no Chile.

A avaliação é de que o mercado brasileiro oferece, neste momento, as melhores condições para a empresa captar recursos para reduzir o seu endividamento.

Na última década, outras grandes produtoras brasileiras de carne — JBS, Marfrig Global Foods e BRF — também deixaram para trás planos para vender ações de subsidiárias fora do país. No caminho delas apareceram crises econômicas e setoriais, incluindo escândalos envolvendo pagamento de propina ou de segurança alimentar.

A JBS deve ser a próxima a tentar emplacar uma proposta para listar ações nos EUA.

A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em Santiago, inicialmente avaliada em US$ 400 milhões, fazia parte da estratégia de redução da dívida da Minerva. Em vez disso, a empresa está vendendo 80 milhões de ações no Brasil e pode levantar aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

A Athena Foods — que reúne as operações da companhia na Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai — continuará como subsidiária da Minerva, segundo a fonte.

A oferta de ações no Chile já havia sido colocada em modo de espera em maio, quando a guerra comercial abalava os mercados. De lá para cá, os problemas da Argentina se aprofundaram. O ex-presidente Mauricio Macri não conseguiu ressuscitar a economia nem defender a moeda local e o governo de seu sucessor, Alberto Fernández, está apertando os controles de capital e aumentando impostos sobre a exportação de produtos agrícolas.

A Argentina não é a única que assusta investidores ultimamente. No Chile, as consequências dos maiores protestos populares desde a restauração da democracia levaram o mais importante índice acionário do país a registrar o pior desempenho entre os principais mercados da América Latina nos últimos três meses.

--Com a colaboração de Vinícius Andrade, Eduardo Thomson e Gerson Freitas Jr..

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