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Acionistas ficam com apenas 1,5% da receita das teles

Com um valor de mercado atual até 30% menor do que em 1998, quando foram privatizadas, as empresas de telefonia fixa brasileiras não dão retorno de investimento superior a 1,5% da receita bruta para seus acionistas. Essa foi a conta apresentada por Fernando Xavier Ferreira, presidente da Telefônica, durante um seminário em São Paulo. De […]

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Camila Guimarães

Publicado em 14 de outubro de 2010 às, 13h16.

Com um valor de mercado atual até 30% menor do que em 1998, quando foram privatizadas, as empresas de telefonia fixa brasileiras não dão retorno de investimento superior a 1,5% da receita bruta para seus acionistas. Essa foi a conta apresentada por Fernando Xavier Ferreira, presidente da Telefônica, durante um seminário em São Paulo.

De acordo com os cálculos de Xavier, 28,7% do total da receita bruta do setor são destinados para pagamentos de impostos diretos (a média da América Latina e da Europa é 20% menor), restando 71,5% de receita líquida, dos quais 1% vai para o Fust e Funttel (os fundos de universalização e desenvolvimento de tecnologia do setor). O EBITDA fica em 26% da receita bruta e, tirando os custos de caixa (44,5%) e outros 21,5% de depreciação, o lucro operacional é de 3%, com um retorno de apenas 1,5% do investimento feito. "É preciso, portanto, que se façam algumas ações para modificar a situação de um setor que hoje já representa quase 5% do PIB", afirma Xavier.

Ainda de acordo com o executivo, as operadoras brasileiras possuem uma das tarifas mais baixas do mundo, assim como uma das maiores cargas tributárias. Isso provoca queda de rentabilidade das empresas. A receita por telefone instalado cai 4% ao ano, por exemplo. Entre 50% e 60% dos usuários de telefonia local pagam contas mais baixas do que o custo de cada terminal para a empresa. "Essa situação cria um subsídio cruzado em que 10% dos clientes de maior média de gasto subsidiam 65% dos clientes menos rentáveis", afirma Xavier.

Para mudar essa situação, Xavier e os comandantes das principais operadoras de telefonia fixa e celular defendem, de forma unânime, uma adequação da regulamentação do setor. "Até agora, o modelo funcionou com sucesso para o objetivo da Anatel de universalizar os serviços. A partir de agora é fundamental que, além da sociedade, seja levada em conta a viabilidade econômica das empresas do setor", diz Xavier.

"O modelo foi bom para a sociedade, para a Anatel, para o governo. Só não foi para os acionistas das empresas", afirma José Paulette, presidente da Telemar. "Nenhuma empresa vai continuar a investir no Brasil com retorno na casa de 1%. Até no setor elétrico, que é mais desorganizado, o retorno é maior, chega a 8%".

Jorge Rodriguez, presidente da Embratel, concorda que uma mudança nas regras é necessária. "Um dos mitos do mercado de telecomunicações é o que diz que, a médio prazo, o cenário nacional e internacional irá melhorar. Não vai. Se a Anatel e o ministério das Comunicações não se mexerem, nada vai acontecer", diz Rodriguez.

Entre as principais regras apontadas como problemáticas estão as de taxas de interconexão (o quanto uma empresa paga para usar a rede de outra) e o descompartilhamento das redes locais (a Embratel e a Intelig querem pagar o que consideram justo para alugar os cabos que chegam até a casa dos consumidores finais, que pertencem à Telefônica, Telemar e Brasil Telecom).

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