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União Europeia adota tarifas de até 35,3% sobre veículos elétricos chineses

Ministério do Comércio chinês afirmou que levará o caso à Organização Mundial do Comércio

Carro elétrico fabricado na China: os pneus precisarão mudar para garantir o mesmo desempenho dos veículos a combustão (Leandro Fonseca/Exame)

Carro elétrico fabricado na China: os pneus precisarão mudar para garantir o mesmo desempenho dos veículos a combustão (Leandro Fonseca/Exame)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 30 de outubro de 2024 às 10h27.

Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 10h55.

A União Europeia (UE) adotou regulamentos para aplicar pesadas tarifas adicionais, de até 35,3%, sobre veículos elétricos importados da China, vistos como responsáveis ​​por prejudicar a concorrência no bloco.

Esses veículos já estavam sujeitos a taxas aduaneiras de 10% e agora têm tarifas que chegam a um máximo de 35,3% e variam conforme as empresas, por um período de cinco anos. O regulamento se tornará lei após ser publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da UE.

Em resposta, o Ministério do Comércio chinês afirmou que “não aprova nem aceita” as novas tarifas e anunciou que levará o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Numa declaração, o Comissário Europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis, observou que o bloco “acolhe favoravelmente a concorrência, incluindo no setor dos veículos eléctricos, mas deve ser sustentada pela justiça e por condições de concorrência equitativas”.

A UE suspeita que as empresas que estarão sujeitas às tarifas adicionais beneficiem-se de subsídios, e esse auxílio estatal permite-lhes competir em condições vantajosas.

Pela regulamentação, os produtos do grupo automotivo SAIC terão tarifa adicional de 35,3%, BYD 17% e Geely 18,8%.

As empresas que cooperaram com as investigações da UE sobre o impacto na concorrência no bloco terão uma tarifa de 20,7% e as restantes empresas 35,3%.

A China e a UE estão em contato há vários meses para tentar encontrar uma solução negociada para a situação. O bloco europeu anunciou que está disposto a cancelar essas tarifas adicionais caso seja alcançado um acordo.

A ideia desses direitos aduaneiros colocou França e Alemanha, as duas maiores economias da UE, uma contra a outra.

A França, por um lado, sustenta que a medida é necessária para nivelar a concorrência, uma vez que os fabricantes de automóveis da UE estão em clara desvantagem em comparação com os seus concorrentes chineses.

No entanto, a Alemanha, conhecida pela sua forte indústria de automóvel e cujos maiores fabricantes investiram fortemente na China, alertou que a UE deve evitar prejudicar-se e apelou à continuação das negociações com as autoridades chinesas.

Essas tarifas representam o “risco de um grande conflito comercial”, lamentou na terça-feira o grupo de lobby da indústria automobilística alemã VDA, dizendo que são “um passo atrás (...) para a prosperidade, o emprego e o crescimento da Europa”.

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