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Rússia e Ucrânia trocam farpas e geram dúvidas sobre negociações de paz em Istambul

Tensão cresce horas antes de reunião prevista na Turquia, com críticas mútuas entre Zelensky e Moscou

Negociações foram convocadas depois de pressão de países europeus e dos Estados Unidos (Getty Images)

Negociações foram convocadas depois de pressão de países europeus e dos Estados Unidos (Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 15 de maio de 2025 às 11h48.

A troca de provocações entre Rússia e Ucrânia aumenta a incerteza em torno da reunião marcada para esta quinta-feira, 15, em Istambul, que deveria marcar o início de um diálogo para o fim do conflito. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, chamou a delegação russa presente na Turquia de "pura fachada", enquanto Moscou reagiu com um insulto, qualificando Zelensky como "palhaço".

A delegação russa é liderada por Vladimir Medinski, conselheiro do Kremlin e ex-negociador, figura de perfil discreto em comparação à reunião de alto escalão realizada em Moscou na véspera, que contou com a presença do presidente Vladimir Putin e chefes militares e diplomáticos.

Apesar de Putin ter anunciado o encontro, seu porta-voz Dmitri Peskov informou que o presidente russo "não tem planos no momento" para viajar à Turquia. Por outro lado, Zelensky chegou a Ancara com uma delegação descrita como de "alto nível", incluindo representantes do Exército, ministério das Relações Exteriores e serviços de inteligência.

A reunião, cuja agenda oficial e horário ainda não foram confirmados pela Ucrânia, ocorre em meio a um conflito que já dura mais de três anos, com dezenas de milhares de mortos e sem perspectivas claras de solução.

Contexto político e impasses

As negociações foram convocadas depois de pressão de países europeus e dos Estados Unidos para que a Rússia aceite um cessar-fogo como condição para conversas formais — proposta rejeitada por Putin. A Rússia exige que a Ucrânia renuncie à adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e reconheça os territórios anexados, demandas que Kiev considera inaceitáveis.

A Ucrânia, por sua vez, mantém a exigência de garantias de segurança sólidas para impedir futuros ataques russos e a retirada total das tropas russas dos territórios ocupados, que atualmente somam cerca de 20% do país.

No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump declarou que não acredita em avanços até se reunir pessoalmente com Putin, e não descartou uma viagem à Turquia para tentar mediar o conflito. Seu secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que Trump está aberto a "qualquer mecanismo" para promover a paz.

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