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Reino Unido e União Europeia têm até domingo para um acordo pós-Brexit

Ou vai ou racha: os dois lados definiram prazo final para superar divergências sobre como serão suas relações comerciais a partir de 1º de janeiro de 2021

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen: os dois lados relutam em fazer concessões (Dawson/Bloomberg)

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen: os dois lados relutam em fazer concessões (Dawson/Bloomberg)

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Ernesto Yoshida

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às, 06h00.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram que as duas partes têm até domingo (13) para concluir as negociações sobre como serão as relações comerciais entre a União Europeia e o Reino Unido quando se consumar o Brexit, a saída britânica do bloco europeu. Os dois líderes se encontraram na quarta-feira em Bruxelas para tentar superar o impasse nas negociações, mas admitiram que estão longe de um acordo.

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O Reino Unido deixou oficialmente a União Europeia em 31 de janeiro, mas as duas partes vivem um período de transição, que se encerra no fim deste ano. Os dois lados vêm negociando um acordo de livre comércio para reger suas relações a partir de 1º de janeiro de 2021. Caso não haja um acordo, o comércio entre o Reino Unido e os 27 países da União Europeia seguirá as normas da OMC, o que significará mais impostos e cotas para ambas as partes.

Com o retorno de Johnson a Londres, o negociador-chefe britânico, David Frost, permaneceu em Bruxelas para continuar as conversações com seu homólogo europeu, o francês Michel Barnier. Em busca de um Brexit menos traumático, eles vão tentar avançar em três temas principais: o acesso dos navios de pesca europeus às águas britânicas, as garantias de concorrência exigidas pela União Europeia em troca do acesso britânico ao mercado único europeu e as formas de resolução de eventuais divergências no futuro.

Embora a indústria da pesca tenho um peso minúsculo na economia britânica (representa menos de 0,1% do PIB), ela envolve questões políticas sensíveis e se transformou num dos principais empecilhos para um acordo. A União Europeia propôs a manutenção do acesso dos navios europeus e britânicos às águas uns dos outros em 2021. A proposta foi rechaçada por Boris Johnson, que declarou após a reunião em Bruxelas na quarta-feira: "Eles (os líderes da União Europeia) estão dizendo que o Reino Unido deveria ser o único país do mundo a não ter controle soberano sobre suas águas pesqueiras. Não acredito que esses sejam termos que qualquer primeiro-ministro deste país deva aceitar". Atualmente, barcos estrangeiros são responsáveis por cerca de 60% do volume de pesca na costa do Reino Unido.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a reunião com o primeiro-ministro britânico em Bruxelas ajudou a clarear seus pontos. “Conseguimos um entendimento claro das posições uns dos outros. Elas permanecem distantes", afirmou. Na prática, os dois lados relutam em fazer concessões: o Reino Unido busca recuperar sua total independência, enquanto a União Europeia tenta proteger seu mercado único.

Essa queda de braço pega o Reino Unido num momento especialmente complicado, porque o país é um dos que mais estão sofrendo com os efeitos da pandemia da covid-19. A OCDE prevê que o PIB britânico vai encolher 10,1% neste ano. E, em 2021, a economia britânica ainda deverá ficar 6% abaixo de seu nível anterior à crise sanitária.

Em novembro, o Escritório de Responsabilidade Orçamentária do Reino Unido, uma agência que produz previsões econômicas para o governo, divulgou que, mesmo que Londres e Bruxelas consigam chegar a um acordo sobre sua nova relação comercial, a economia britânica deverá ter uma perda de 4% em relação ao que o país teria se permanecesse na União Europeia. No caso de um Brexit sem acordo — uma possibilidade cada vez mais concreta —, o PIB do país teria em 2021 uma queda adicional de 2%, uma perda equivalente a 53 bilhões de dólares.

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