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Procurador rejeita inocência de Trump e aumenta pressão por impeachment

Apesar disso, Trump voltou a repetir que não foram colhidas provas suficientes para incriminá-lo

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Donald Trump: líderes na Câmara não querem impeachment do presidente (Carlos Barria/Reuters)

Donald Trump: líderes na Câmara não querem impeachment do presidente (Carlos Barria/Reuters)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2019 às, 07h59.

São Paulo -  O procurador especial Robert Mueller quebrou um silêncio de dois anos ontem e falou sobre a investigação da influência russa na eleição americana. Em declaração curta, ele rejeitou inocentar Donald Trump e afirmou que cabe ao Congresso - e não a ele - indiciar um presidente no exercício do mandato. As declarações aumentaram a pressão para que os democratas iniciem um processo de impeachment na Câmara.

"Como consta no relatório, depois da investigação, se nós tivéssemos tido a confiança de que o presidente não cometeu um crime, teríamos dito isso", afirmou Mueller. A declaração, que veio junto com o anúncio de que ele estava se demitindo do serviço público, jogou o tema no colo do Congresso e ressuscitou o tema do impeachment, que vinha perdendo força.

Os candidatos que pretendem disputar a eleição presidencial de 2020 contra Trump se mostraram a favor da abertura de um processo de impeachment, com diferença na intensidade das manifestações. Por enquanto, a resistência está nos líderes do Congresso.

A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, tem acalmado os ânimos dentro do partido sobre o impeachment e ontem manteve o tom, em sintonia com o presidente da Comitê Judiciário, Jerry Nadler. Ambos defenderam que o Congresso vá fundo em investigações sobre Trump. "Cabe ao Congresso responder às mentiras, crimes e irregularidades do presidente", disse Nadler. Mas, sobre o impeachment, os dois democratas se limitaram a dizer que a opção não está descartada.

Nos últimos dois meses, a sombra da investigação de Mueller saiu da Casa Branca e passou a pairar sobre os democratas. Desde que o procurador especial concluiu a investigação, a oposição se vê diante de um impasse. De um lado, as conclusões são graves o bastante para que o eleitorado fiel aos democratas e crítico a Trump deixe a história para trás. De outro, líderes do partido entendem que deixar de debater temas locais para investir no impeachment pode levar a população à exaustão e, se o processo for malsucedido, os democratas sairão desgastados às vésperas da eleição.

A despeito de o procurador ter deixado claro que não inocentou o presidente, Trump voltou a repetir que não foram colhidas provas suficientes para incriminá-lo. "Nada muda em relação ao relatório de Mueller. Havia prova insuficientes e, no nosso país, a pessoa é inocente. O caso está encerrado!", tuitou Trump.

Mueller frisou, no seu pronunciamento, informações que já constavam no relatório e afirmou que "existiram esforços múltiplos e sistemáticos de interferir" nas eleições americanas. "É importante que o relatório fale por si. Ele é meu testemunho e não vou falar nada além do que está escrito nele."

A pressão pelo impeachment provocou reações na Casa Branca. A porta-voz, Sarah Sanders, disse que o governo está preparado para isso, mas o "povo americano" não merece um processo de deposição do presidente. "Cada minuto que o Congresso gasta nisso não é gasto em infraestrutura, não é gasto em redução dos preços de medicamentos, não é gasto em Irã, China, Coreia do Norte, novos acordos comerciais. É um desserviço", disse.

Durante toda a tarde, a imprensa americana analisou a possibilidade de impeachment. Uma pesquisa divulgada no dia 1º mostra que a maioria dos eleitores democratas apoia a abertura de um processo de impeachment com base no relatório de investigação. Mas, quando somados os eleitores republicanos e independentes, 53% dos americanos são contra o impeachment, 39% são a favor e 8% estão indecisos.

"Os líderes democratas na Câmara não querem o impeachment, sabem que precisarão lutar para manter as cadeiras que ganharam de republicanos em 2018. E o impeachment não passará no Senado", disse Gary Nordlinger, professor da Universidade George Washington. "Não é como em Watergate, onde tínhamos a voz de Richard Nixon gravada planejando obstrução de Justiça."

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