Donald Trump: notou o rasguinho na cadeira? (Reprodução/TIME)
Rita Azevedo
Publicado em 10 de dezembro de 2016 às 21h41.
Última atualização em 10 de dezembro de 2016 às 21h55.
São Paulo — Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, foi escolhido nesta semana pela Time como personalidade do ano. Não demorou muito para que um dos grandes assuntos discutidos na internet fosse, além do próprio mérito do republicano, um detalhe que aparece na capa da revista.
Para alguns internautas, a disposição da letra M fez com que o político norte-americano ganhasse, digamos, um ar levemente diabólico.
Give that art director a raise pic.twitter.com/5Xe1RrOGbj
— Christopher Hooton (@ChristophHooton) 7 de dezembro de 2016
A equipe da revista logo se pronunciou sobre assunto e disse que a "coincidência" já aconteceu outras vezes, com personagens que vão desde o Papa Francisco até o Darth Vader, passando por figuras políticas como Bill Clinton e George W. Bush.
O site Forward foi um pouco além da discussão sobre a existência (ou não) dos chifres e analisou a capa de Trump a partir de três elementos: as cores, a pose e a cadeira. Veja alguns pontos que aparecem na análise:
As cores escolhidas para a capa fazem com que a foto do republicano, apesar de recente, ganhe a aparência de antiga. A paleta, aliás, é muito próxima do Kodachrome, um filme fotográfico produzido pela Kodak a partir de 1935 e que se tornou popular até os anos 1970.
A nostalgia, analisou o site, é como uma menção às ideias conservadoras que fizeram com que Trump chegasse à Casa Branca — como a condenação do aborto e o discurso nada ambientalista — e a defesa de valores tradicionais.
Na foto, Trump aparece sentado. A pose, segundo a análise, é comum em retratos de monarcas e pode ter algumas funções como explicitar a associação entre quem detém o poder e o trono ou destacar uma relação de servidão. “O espectador se aproxima do monarca, o monarca não se levanta para o espectador”, diz o texto.
Há, no entanto, uma sutil diferença entre a pose escolhida para Trump e a clássica pose dos reis. A postura do republicano frente à câmera — quase de costas, olhando pelo ombro — dá uma impressão de cumplicidade, ou mesmo de conspiração, com os responsáveis pela sua chegada ao poder. É um pouco diferente dos monarcas que olham seus servos de baixo para cima.
A análise também chama a atenção da sombra que aparece na capa. É como se aparecessem na mesma foto dois Trumps: o presidente eleito e sua sombra que atua nos bastidores aguardando a sua hora chegar.
A cadeira que aparece na imagem lembra, mais uma vez, os tronos reais, como o do francês Luís XV. Há, no entanto, um detalhe importante além da riqueza e do luxo: um leve rasgo que aparece no estofamento.
O significado disso, segundo a análise feita pelo Forward, é que por trás de toda ostentação há muitos problemas, como a demagogia e a falta de experiência política de Trump. É como se a decadência aparecesse refletida em uma peça estragada.
Veja mais uma vez a capa da revista: