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Leis firmes, manejo de resíduos e acesso à água: as metas ambientais da América Latina

Continente pode aproveitar melhor os resíduos vegetais e tomar outras medidas para

Rio Madeira, na Amazônia (Isaac Fontana/EFE)

Rio Madeira, na Amazônia (Isaac Fontana/EFE)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 10h29.

Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 17h51.

Legislação ambiental com garantias, gestão adequada de resíduos e acesso à água potável são alguns dos principais desafios enfrentados pela América Latina, de acordo com especialistas reunidos nesta terça-feira no 2º Fórum Latino-Americano de Economia Verde, organizado pela Agência EFE em São Paulo.

Autoridades regionais e especialistas em meio ambiente concordaram que o planeta está passando por um momento "crucial" e "sério" em um contexto de catástrofes naturais cada vez mais frequentes, como a grave seca que vários países da América do Sul atravessam atualmente.

Dessa forma, a transição ecológica se torna um instrumento de trabalho complexo para uma região extremamente desigual que está sob pressão para transformar suas economias sem ainda ter alcançado um nível pleno de desenvolvimento.

No entanto, o subdiretor-geral e representante regional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para a América Latina, Mario Lubetkin, argumentou que "a América Latina e o Caribe têm o potencial de liderar a sustentabilidade" em áreas como a produção de alimentos.

"A região tem a capacidade de produzir alimentos mais nutritivos e, ao mesmo tempo, proteger o planeta e os recursos naturais", disse Lubetkin em discurso gravado.

A segurança alimentar tornou-se ainda mais importante no mundo, em meio a um aumento de conflitos armados, como a invasão militar da Rússia na Ucrânia, que teve impactos negativos no fornecimento de trigo.

Aproveitamento dos resíduos vegetais

No entanto, a América Latina e o Caribe ainda enfrentam vários desafios para acelerar a chamada economia verde.

O ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, comentou que tanto o seu país quanto a América Latina estão "muito atrasados" no uso de resíduos vegetais para fertilizantes e que é necessário avançar nessa área.

De acordo com Valenzuela, no Chile, apenas 1% desses resíduos é convertido em compostagem agrícola, em comparação com 40% na Europa.

"Uma transição justa requer o redirecionamento de recursos, favorecendo os atores, e não apenas retórica. Precisamos ver resultados concretos", enfatizou.

Legislação com garantias para a Amazônia

Eric Terena, DJ indígena e comunicador brasileiro, enfatizou que, para preservar a Amazônia, a primeira coisa que o Brasil e o resto da América Latina devem fazer é "legislar" de forma unificada para manter certos padrões regionais.

"Todos os dias, os parlamentos tentam regularizar o desmatamento e instalar novas formas de extração para exportar matérias-primas", criticou.

Por sua vez, Miguel Ángel Oliver, presidente da Agência EFE, organizadora do fórum, advertiu que "a superexploração dos recursos está nos levando a um beco sem saída" e pediu que o planeta seja "escutado e atendido".

Organizações internacionais e da sociedade civil também enfatizaram a importância de encontrar soluções simples e inovadoras para garantir o acesso à água potável em regiões remotas da Amazônia.

Uma dessas soluções foi proposta pela diretora executiva da ONG WATERisLIFE, Cote Terre, que apresentou um microfiltro que captura bactérias e todos os tipos de poluentes, transformando a água marrom de uma garrafa em um líquido translúcido e sem gosto ruim em um instante.

O fórum terá seu segundo dia na quarta-feira, com discussões sobre os desafios da transição energética e medidas para melhorar a resistência das populações vulneráveis às mudanças climáticas.

O evento é patrocinado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e pela Norte Energia, operadora de Belo Monte, a quinta maior usina hidrelétrica do mundo, com o apoio da Vivo e da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil.

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