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Remy Sharp
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O Irã e a Rússia, países cada vez mais próximos desde o início da guerra na Ucrânia, assinaram nesta quarta-feira, 17, um acordo para criar uma rota comercial Norte-Sul que contorne as rotas marítimas tradicionais e as sanções internacionais.

Como sinal da importância atribuída ao ato, a assinatura do acordo em Teerã foi supervisionada pelos dois presidentes, o iraniano Ebrahim Raisi e o russo Vladimir Putin, presentes por videoconferência. Trata-se de "uma etapa estratégica da cooperação" entre os dois países, declarou a Rússia durante o ato.

Em discussão há vários anos, o documento marca o acordo de construção da linha ferroviária de 164 quilômetros no nordeste do Irã. O transporte ligará a cidade de Astara, banhada pelo mar Cáspio e fronteira com o Azerbaijão, e Rasht.

O objetivo desses dois países submetidos a fortes sanções internacionais é concretizar o ambicioso projeto de corredor Norte-Sul, uma rede de 7.200 km de rotas marítimas e terrestres que permitirá o trânsito das mercadorias russas ao Oceano Índico sem utilizar as rotas marítimas ocidentais ou o Canal de Suez.

Pretende também, segundo os seus promotores, redesenhar os circuitos da globalização e contrariar a hegemonia ocidental.

"Esta artéria única de transporte Norte-Sul, da qual fará parte a rota ferroviária Rasht-Astara, contribuirá para diversificar consideravelmente os fluxos de transporte internacional", garantiu Vladimir Putin.

Quebrar o isolamento russo

"O transporte de mercadorias através do novo corredor terá uma vantagem competitiva considerável. Por exemplo, a entrega de mercadorias de São Petersburgo (Rússia) à Mumbai (Índia) levará aproximadamente 10 dias. Em comparação, a viagem pelas rotas comerciais tradicionais levam de 30-45 dias", afirmou o líder russo.

O presidente russo prevê que "os volumes de fluxos de carga vão aumentar consideravelmente", citando "produtos alimentares e agrícolas", sobretudo rumo "aos países do Golfo e africanos". Teerã espera que a conexão ferroviária Rasht-Astara seja concluída em três anos.

A meta é que, até 2030, 15 milhões de toneladas de mercadorias russas transitem por ano na ferrovia, informou o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak, que está visitando o Irã esta semana.

Teerã e Moscou aceleraram sua aproximação nos campos econômico, energético e militar desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, e a imposição de sanções contra a Rússia pelos países ocidentais - apesar dos dois países competirem, às vezes, em certos mercados, como o petroquímico.

Nesse contexto, os Estados Unidos estão especialmente preocupados com a aproximação no campo militar que os dois países estão "ampliando" a um nível "sem precedentes", segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

Kirby especificou a vontade de Moscou em adquirir drones iranianos mais sofisticados, tendo recebido desde agosto mais de 400 drones, a maioria do tipo Shahed, utilizados na Ucrânia.

Teerã rejeitou em diversas ocasiões as acusações de que está fornecendo armas à Rússia, tachadas como "sem fundamento".

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