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EUA declara apoio a rompimento total de Israel com agência da ONU para refugiados palestinos

Em mudança de posicionamento após troca de governo, Washington apontou a decisão como uma expressão de soberania de Israel e que a UNRWA nunca foi uma opção de ajuda humanitária válida

(FILES) A Palestinian woman walks past a damaged wall bearing the UNRWA logo at a camp for internally displaced people in Rafah in the southern Gaza Strip on May 28, 2024, amid the ongoing conflict between Israel and the Palestinian Hamas militant group. Israel faced a mounting international backlash on October 29 after its parliament approved a bill banning the main UN aid agency for the devastated Gaza Strip. Despite objections from the United States and warnings from the UN Security Council, Israeli lawmakers overwhelmingly passed the bill banning the United Nations agency for Palestinian refugees, UNRWA, from working in Israel and annexed east Jerusalem. (Photo by Eyad BABA / AFP) (AFP)

(FILES) A Palestinian woman walks past a damaged wall bearing the UNRWA logo at a camp for internally displaced people in Rafah in the southern Gaza Strip on May 28, 2024, amid the ongoing conflict between Israel and the Palestinian Hamas militant group. Israel faced a mounting international backlash on October 29 after its parliament approved a bill banning the main UN aid agency for the devastated Gaza Strip. Despite objections from the United States and warnings from the UN Security Council, Israeli lawmakers overwhelmingly passed the bill banning the United Nations agency for Palestinian refugees, UNRWA, from working in Israel and annexed east Jerusalem. (Photo by Eyad BABA / AFP) (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 18h54.

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Os Estados Unidos declararam nesta terça-feira, 28, apoio à decisão de Israel de cortar todo o contato com a Agência da ONU para Refugiados Palestinos no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês) e forçá-la a fechar seu escritório em Jerusalém Oriental. A medida, no entanto, preocupa a comunidade internacional, que teme impactos na ajuda humanitária nos territórios palestinos.

“É uma decisão soberana de Israel fechar os escritórios da UNRWA em Jerusalém em 30 de janeiro. Os Estados Unidos apoiam essa decisão”, declarou Dorothy Shae, embaixadora interina dos EUA no Conselho de Segurança da ONU. Segundo ela, “exagerar os efeitos dessas leis e sugerir que isso paralisará todas as operações humanitárias é irresponsável e perigoso”.

Com a declaração, o governo americano sinalizou uma mudança de posicionamento em relação à administração de Joe Biden. Antes da posse de Donald Trump, os EUA haviam pedido uma "pausa" na aplicação da medida israelense. Agora, no entanto, a representação americana afirmou que a agência da ONU "não é e nunca foi a única opção para ajuda humanitária".

Enquanto isso, a ONU e muitos de seus Estados-membros continuam a insistir que a UNRWA é insubstituível nos territórios palestinos, onde atua como principal entidade de apoio humanitário. A agência opera há décadas em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, coordenando ações locais.

Críticas de Israel e tensões crescentes

Israel acusa a UNRWA de fomentar grupos terroristas palestinos e de prolongar artificialmente o status de refugiado da população palestina. As críticas se intensificaram após o atentado de 7 de outubro de 2023, quando Israel alegou que contratados da agência tiveram envolvimento no ataque.

Essa acusação levou países como os EUA e outros aliados a suspenderem temporariamente suas contribuições financeiras à UNRWA. Contudo, após uma missão independente que investigou o trabalho da agência e demitiu funcionários suspeitos, a maioria dos doadores retomou o financiamento. Apesar disso, Washington manteve a suspensão após aprovação de uma lei no Congresso americano que proíbe o retorno do apoio financeiro à agência.

Apelo por investigações sobre o Hamas

Durante a sessão no Conselho de Segurança da ONU, Dorothy Shae também expressou preocupação com relatos de que reféns israelenses libertados pelo Hamas teriam sido mantidos em instalações da ONU em Gaza. A diplomata pediu uma “investigação completa e independente” sobre as acusações.

A decisão de Israel e o apoio dos EUA à medida continuam sendo temas de intenso debate na comunidade internacional, com impactos diretos na política e na assistência humanitária no Oriente Médio.

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