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Remy Sharp
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As agências de espionagem americanas forneceram informações ao Canadá após o assassinato de um cidadão canadense que era um líder importante da comunidade Sikh no país. O governo canadense acusou a Índia de participação no assassinato de Hardeep Singh Nijjar, em junho. O governo indiano nega as acusações.

Após o assassinato, as agências de inteligência dos EUA ofereceram aos seus homólogos canadenses um contexto que ajudou o Canadá a concluir que a Índia estava envolvida. No entanto, informações obtidas por serviços de inteligência do Canadá deram a palavra final sobre o caso.

Embora o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, tenha apelado à Índia para cooperar com a investigação canadense, as autoridades americanas tentaram em grande parte evitar desencadear qualquer reação diplomática da Índia. Mas a divulgação do envolvimento da inteligência dos EUA corre o risco de colocar Washington no meio da rusga diplomática entre o Canadá e a Índia, no momento em que os EUA têm interesse em desenvolver uma maior parceria com o país asiático.

Nijjar era um autoproclamado "nacionalista Sikh que acredita e apoia o direito dos Sikhs à autodeterminação e independência do Estado de Punjab, atualmente ocupado pela Índia, através de um futuro referendo", de acordo com uma carta aberta que escreveu ao governo canadense em 2016. Ele foi uma figura-chave no Estado canadense de Colúmbia Britânica, reunindo votos para um referendo no Canadá em apoio ao estabelecimento de uma nação chamada Calistão.

O governo indiano declarou Nijjar como terrorista em 2020, décadas depois de ele ter deixado a Índia. Nova Déli o acusou de planejar um ataque terrorista na Índia e de liderar um grupo terrorista chamado Khalistan Tiger Force. No Punjab, no entanto, políticos e jornalistas afirmaram que, apesar das acusações contra ele, muitos habitantes locais nunca tinham ouvido falar dele ou do seu movimento.

Antes do assassinato, as autoridades canadenses afirmaram ao líder Sikh que ele estava em perigo. Vários amigos de Nijjar disseram que ele foi avisado repetidamente sobre ameaças contra ele e foi advertido a evitar o templo.

Após sua morte, as autoridades americanas disseram aos seus homólogos canadenses que Washington não tinha nenhuma informação antecipada sobre o assassinato. As autoridades, que falaram sob condição de anonimato ao The New York Times para discutir o que se tornou uma tempestade diplomática, disseram que os canadenses avisaram para o líder Sikh que ele estava em perigo, mas não que era alvo do governo indiano.

Os Estados Unidos partilham de forma rotineira informações interceptadas com seus parceiros mais próximos, como é o caso do Canadá.

Um porta-voz da Casa Branca não quis comentar o caso. As autoridades norte-americanas mostraram-se relutantes em discutir o assassinato porque, embora Washington queira ajudar o Canadá, não quer prejudicar a relação com a Índia, um parceiro com o qual espera expandir os laços como contrapeso à crescente influência da China na Ásia.

A acusação criou um conflito diplomático entre Ottawa e Nova Déli, levando cada um a expulsar os agentes de inteligência e a Índia a suspender os vistos de entrada no país para canadenses.

No entanto, o assassinato e o alegado envolvimento do governo indiano chocaram as autoridades em Washington. Embora os países democráticos conduzam assassinatos seletivos em países ou regiões instáveis e os serviços de espionagem de governos mais autoritários, como a Rússia, orquestrem assassinatos em qualquer lugar que escolham, é incomum que um país democrático conduza uma ação deste tipo em outro país democrático.

O primeiro-ministro, Justin Trudeau, e as autoridades canadenses se recusaram a divulgar os detalhes sobre as informações que o Canadá reuniu sobre a Índia. As autoridades canadenses dizem que é importante não comprometer a investigação.

Com Estadão Conteúdo.

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