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Remy Sharp
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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, visitou neste sábado, 27, o túmulo de seu modelo político, um nacionalista-islâmico enforcado por um governo militar em 1961, buscando mobilizar sua base conservadora na véspera de um segundo turno histórico. 

A visita ao mausoléu do ex-primeiro-ministro Adnan Menderes, em Istambul, representa um importante símbolo para o chefe de Estado de 69 anos, grande favorito nas eleições presidenciais de domingo contra o social-democrata Kemal Kiliçdaroglu.

Menderes, uma figura emblemática da direita conservadora da Turquia, foi julgado e enforcado um ano depois que os militares deram um golpe de Estado em 1960 para conduzir a Turquia a um rumo mais laico.

Erdogan, que sofreu uma tentativa de golpe em 2016, se projeta em Menderes e o mencionou em seus discursos de campanha.

Há duas semanas, e apesar do desgaste de 20 anos no poder, Erdogan contrariou as pesquisas e ficou à frente de Kiliçdaroglu no primeiro turno, com 49,5% dos votos, e uma diferença de 2,5 milhões de votos ante o adversário, que obteve 45% .

Desde então, Kiliçdaroglu, de 74 anos e líder de uma coalizão heterogênea de seis partidos, tem feito todo o possível para mobilizar o eleitorado, inclusive buscando simpatizantes da direita.

Seus apoiadores foram às ruas das principais cidades para buscar apoios e, neste sábado, o popular prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, membro do partido de Kiliçdaroglu, o CHP, fará um discurso.

Mas ao contrário do presidente atual, onipresente nos palcos e na televisão, Kiliçdaroglu teve que lutar para ser ouvido em todo o país.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, a televisão pública TRT deu a Erdogan "sessenta vezes mais tempo de antena" do que seu rival durante a campanha.

"Manter-se no poder"

Kiliçdaroglu voltou a denunciar, na sexta-feira, o bloqueio das suas mensagens de texto "por ordem de Erdogan" por parte da BSK, a autoridade reguladora das telecomunicações.

O presidente "tenta por todos os meios se manter no poder", disse ele, em entrevista à rede Fox.

"Eles tomaram o controle de todas as instituições (que) pertencem a 85 milhões de pessoas, não a um homem", acusou.

Erdogan acusou "a mídia ocidental de tentar, como sempre, fabricar notícias falsas".

Em todo caso, a aritmética favorece o atual presidente, depois de ter obtido o apoio do terceiro candidato que disputou o primeiro turno, Sinan Ogan, um ultranacionalista que obteve 5,2% dos votos.

Foi em parte para lisonjear esse eleitorado que Erdogan decidiu, no último dia de campanha, visitar o túmulo de Mederes, cujo modelo inspirou o partido conservador islâmico AKP que acompanhou sua ascensão ao poder no início dos anos 2000.

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