
Mauricio Macri, presidente da Argentina REUTERS/Marcos Brindicci (Marcos Brindicci/Reuters)
Buenos Aires – O empresário Ángelo Calcaterra, primo de primeiro grau do presidente da Argentina, Mauricio Macri, se apresentou nesta segunda-feira nos tribunais de Buenos Aires para depor no caso que investiga uma suposta rede de propina durante as gestões kirchneristas.
Fontes da Justiça informaram à imprensa que Calcaterra foi espontaneamente encontrar o juiz Claudio Bonadio para colaborar com a investigação aberta após a revelação de anotações que um motorista oficial fez por dez anos sobre a entrega de dinheiro de empresários a funcionários do governo com o objetivo de obter contratos de obras públicas. O conteúdo da declaração ainda não foi divulgado.
Até o ano passado, o primo do atual presidente da Argentina era dono da Iecsa, uma das empresas que mais ganhou contratos públicos entre 2003 e 2015 e que é mencionada nos cadernos do motorista Oscar Centeno. O ex-gerente da Iecsa, Héctor Sánchez Caballero, está detido.
Nos últimos dias, vários empresários e importantes ex-membros dos governos de Néstor – que governou de 2003 a 2007 – e Cristina Kirchner – que governou de 2007 a 2015 – foram presos. Os dois foram apontados como possíveis beneficiados dos subornos. Até agora, Bonadio não formalizou acusação contra Calcaterra.
No caso já declararam como “arrependidos” – figura legal que proporciona benefícios para os acusados que reconheçam os fatos e colaborem com a Justiça – o próprio Centeno e Juan Carlos de Goycoechea, ex-diretor na Argentina da empresa espanhola Isolux Corsán.