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Remy Sharp
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São quase 20 anos desde a primeira visita de Lula à China, em maio de 2004, para a nova visita que acontecerá no final de março de 2023.

Em duas décadas, a China e o Brasil mudaram. No caso da China, as transformações foram mais evidentes.

O país vivenciou um salto qualitativo, com avanços expressivos em sua economia, indústria, comércio, população e mercado consumidor.

No campo econômico, a China se consolidou como uma das maiores economias mundiais, concluindo a passagem de uma economia rural para industrial, e já caminha para uma economia de serviços.

O PIB da China passou de US$ 1,95 trilhão em 2004, para US$ 18,32 em 2022 (estimativa), um crescimento aproximado de 10 vezes.

Na indústria, a China vem migrando da produção intensiva em mão-de-obra, alto volume e baixo valor agregado, para uma indústria de ponta, sofisticada e alto teor de tecnologia empregada.

Como consumidores, aos poucos, deixamos de comprar produtos têxteis e utilidades domésticas chinesas, para começar a consumir notebooks, celulares, drones, carros, carros de luxo e, mais recentemente, carros elétricos e híbridos desenvolvidos e fabricados na China.

A indústria chinesa foca cada vez mais no valor agregado de seus produtos em detrimento do volume produzido.

No comércio, a China passou a ser o maior parceiro comercial do Brasil. As exportações agrícolas brasileiras para China, que antes se baseavam prioritariamente em grãos e derivados, passaram a incluir proteína animal em volumes expressivos.

O consumidor chinês, que antes consumia apenas a soja brasileira, hoje consome carne brasileira.

Apesar de não termos uma diminuição no volume de exportação para China, o valor desses bens e serviços vem aumentando expressivamente.

Com relação à população e ao mercado consumidor, a China teve em 2022 sua primeira queda populacional neste século.

Tal redução acabou por ofuscar um dado relevante do mercado consumidor chinês, o PIB per capita.

Em 2004, o PIB per capita da China era de US$ 1.508,7. Em 2022, esse valor supera os US$ 12.000,00. Em outras palavras, o consumidor chinês enriqueceu e almeja produtos de maior qualidade e valor.

Da quantidade para a qualidade

A China está deixando de ser o país da quantidade para ser o país da qualidade. Nas relações Brasil-China, esse movimento de priorizar qualidade sobre a quantidade também parece estar ocorrendo.

O recente pedido da parte chinesa em reduzir o número de acordos assinados durante a atual visita presidencial de Lula à China, indica que há um movimento de seleção dos acordos.

A medida pode ter como objetivo concentrar esforços em projetos essenciais e permitir que um maior número de acordos seja efetivamente concluídos.

O alto nível hierárquico político e empresarial da atual comitiva presidencial parece corroborar com a iniciativa chinesa.

Tudo indica que o salto qualitativo nos projetos vai viabilizar uma melhor cooperação técnica, comercial e de investimento; gerar a conclusão de obras de infraestrutura como pontes, trens e ferrovias, além de criar um novo mercado de carbono de uma nova economia verde.

*Reinaldo Ma é sócio da IEST Consulting, do BMJ Relações Governamentais, do BPP Advogados e membro do Conselho Empresarial Brasil-China.

**Este artigo foi fornecido pelo site China2Brazil, uma plataforma de informações sobre economia, tecnologia, empreendedorismo e cultura da China. O conteúdo não necessariamente reflete a opinião editorial da EXAME.

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