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Biden recebe Trump no Salão Oval da Casa Branca para iniciar transição

Democrata prometeu fazer transição pacífica de poder para o rival republicano

Donald Trump, presidente eleito, e Joe Biden, atual presidente, durante encontro no Salão Oval na Casa Branca
 (Saul Loeb/AFP)

Donald Trump, presidente eleito, e Joe Biden, atual presidente, durante encontro no Salão Oval na Casa Branca (Saul Loeb/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 13 de novembro de 2024 às 13h31.

Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 15h37.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu o presidente eleito, Donald Trump, no salão oval da Casa Branca, no fim da manhã desta quarta-feira, 13.

O encontro começou pouco depois das 11h na hora local (13h em Brasilia). Imagens divulgadas pela imprensa americana mostram os dois conversando de modo cordial, sentados perto da lareira que fica no Salão Oval. Os dois trocaram um aperto de mãos no início do encontro.

"Bem-vindo de volta", disse Biden, de acordo com a BBC.

Biden e Trump se enfrentaram nas últimas duas eleições. O democrata venceu em 2020, mas desistiu da disputa em julho de 2024, quatro meses antes da eleição, após ir mal em um debate contra Trump.

Na semana passada, após a vitória de Trump, Biden telefonou para parabenizá-lo. “Ontem falei com o presidente eleito Trump para o parabenizar pela sua vitória e assegurei-lhe que liderarei toda a minha administração para trabalhar com a sua equipe para garantir uma transição pacífica e ordenada”, disse o democrata durante um discurso no jardim da Casa Branca na quinta-feira, 7.

Biden, de 81 anos, defenderá uma transferência de poder tranquila durante a reunião na Casa Branca, e pedirá que Trump mantenha o apoio à Ucrânia. O democrata sabe, no entanto, que sabe que a nova administração pode desmantelar grande parte de seu legado.

Melania Trump, esposa do futuro presidente, anunciou que estaria ausente, sem dar motivos, mas desejou "muito sucesso" ao marido.

Donald Trump, que governou os EUA de 2017 a 2021, derrotou a vice-presidente Kamala Harris nas eleições de 5 de novembro, por 312 votos a 226 no Colégio Eleitoral.  Ele tomará posse no dia 20 de janeiro.

O republicano pousou em Washington pouco antes das 9h30 (horário local). Ao chegar, falou com um grupo de republicanos, aos quais mencionou a hipótese de se candidatar novamente à Casa Branca, algo proibido pela Constituição americana. "Suspeito que não voltarei a me candidatar a menos que vocês digam: 'Ele é bom, temos que fazer outra coisa", disse Trump.

O republicano também visitará o Capitólio, onde em janeiro de 2021 centenas de simpatizantes de sua candidatura tentaram impedir a certificação da vitória de Biden.

Tradição americana

O convite de Biden restabelece uma tradição que Trump quebrou quando perdeu as eleições de 2020, ao se recusar a encontrar com Biden e a comparecer à cerimônia de posse. O ex-presidente Barack Obama recebeu Trump na Casa Branca quando o magnata venceu as eleições de 2016.

Quando Trump deixou a Casa Branca em 20 de janeiro de 2021, muitos republicanos o criticaram por ter incitado uma multidão antes do ataque ao Capitólio. Contudo, o período de desgraça durou pouco e os republicanos voltaram a ficar ao seu lado, em parte devido à sua capacidade de mobilizar eleitoralmente o movimento de direita que o levou novamente ao poder.

Trump começa seu segundo mandato com o controle quase total sobre o partido. Ele passou a semana posterior às eleições em sua mansão da Flórida, formando a equipe de governo.

Houve destaque para o bilionário Elon Musk, que chefiará um novo Departamento de Eficiência Governamental, que ficará fora da estrutura do governo, mas com a missão de cortar gastos públicos. Trump nomeou ainda Pete Hegseth, apresentador da Fox News, como secretário de Defesa.

O cargo mais importante anunciado até o momento é o de chefe da diplomacia, para o qual Trump escolheu o senador da Flórida Marco Rubio, segundo a imprensa americana.  O congressista Michael Waltz, um ex-oficial das forças especiais, será o conselheiro de Segurança Nacional. Os dois têm opiniões belicistas sobre a China, mas não são considerados isolacionistas, apesar das ameaças anteriores de Trump de abandonar ou romper com a Otan.

Também foi confirmado que a governadora Kristi Noem (Dakota do Sul) comandará o Departamento de Segurança Interna, crucial por identificar e desarticular ameaças à segurança, proteger aduanas e fronteiras, gerenciar a migração e responder a desastres naturais. Ela trabalhará ao lado de Tom Homan, o novo "czar das fronteiras".

Com AFP.

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