
Banco Central da China (Jason Lee/Reuters)
O banco central da China mais uma vez destacou a possibilidade de retirar as políticas de afrouxamento monetário, em forte contraste com Estados Unidos e Europa, onde o salto de casos de vírus obriga governos a avaliarem mais estímulos.
A economia da China recuperou todas as perdas registadas no primeiro semestre. A retomada foi primeiro impulsionada pelas exportações e pela produção industrial e, posteriormente, reforçada com o aumento do consumo. É um dos poucos pontos positivos na economia global, que ainda tenta sair da pior recessão desde a Grande Depressão - e cuja situação fica mais complicada com o ressurgimento de casos de Covid-19 na Europa e nos EUA.
“Fizemos algumas pesquisas recentemente e podemos ver pela tendência que a economia do nosso país está relativamente forte, que as políticas estão surtindo efeito e a confiança do mercado está se recuperando”, disse Liu em Pequim em conferência de imprensa com outras autoridades financeiras. “Mas os ajustes das políticas não devem ser apressados ou enfraquecerem o efeito de servir à economia real”, nem causar mudanças bruscas das políticas, disse.
Riscos financeiros
Liu não forneceu detalhes sobre o momento de uma retirada do estímulo, ao mesmo tempo em que enfatizou que as políticas serão ajustadas com base nas mudanças nas condições e na demanda do mercado. Ele disse que o apoio será ainda maior em áreas que requerem assistência de longo prazo.
O PBOC adotou uma abordagem calculada para o afrouxamento monetário neste ano ao reduzir as taxas de juros, injetar liquidez e conceder moratórias para o pagamento de empréstimos corporativos. O presidente do banco central da China, Yi Gang, já disse que os mercados devem pensar em uma saída das políticas financeiras mais frouxas.
Separadamente, o banco central também divulgou seu Relatório de Estabilidade Financeira, que destacou os riscos financeiros decorrentes do aumento do endividamento. Pandemia à parte, “os riscos de default de algumas empresas aumentaram, o que pode ser transmitido ao sistema financeiro”, segundo comunicado que acompanha o relatório. O banco central chinês disse que tentará administrar esses riscos, resolver brechas de regulamentação e prevenir ameaças financeiras sistêmicas.