Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

A Argentina praticamente não tem dólares. O que, na opinião dos críticos, é um enorme empecilho ao plano do candidato presidencial Javier Milei de dolarizar a economia devastada pela crise do país vizinho. Até os próprios assessores de Milei começam a se inquietar com o quão vazios estão os cofres públicos.

Mas segundo o economista Francisco Zalles, basta ir em frente e fazer do dólar a moeda oficial do país — e rápido. Quanto mais rápido, mais rápida será a estabilização da inflação, a queda dos juros e o fluxo de dólares, diz Zalles, um dos três economistas responsáveis pelo processo no Equador no início do século.

Há duas décadas, a situação do Equador era semelhante à da Argentina de hoje: inflação nas alturas, moeda depreciada e crescimento estagnado. E, embora o desempenho econômico do Equador tenha sido irregular desde então, uma coisa é certa: a inflação galopante que empobrecia as pessoas a cada mês desapareceu.

“Para que o plano de Milei funcione, ele não precisa de nada”, disse em entrevista Zalles, que depois trabalhou na Greylock Capital Management. “Ele só precisa dolarizar.”

Para muitos céticos, a visão de Zalles é perigosamente optimista, até mesmo imprudente. Com reservas internacionais líquidas estimadas em US$ 10 bilhões negativos, a Argentina não tem dólares para defender a taxa de câmbio e corre o risco de provocar um colapso do peso que poderá levar à hiperinflação, uma possível corrida aos bancos e agitação social.

“Dolarizar sem dólares é como dizer que você quer que toda a população use Nike, sem produzir os tênis e sem dinheiro para comprar”, disse Alejandro Werner, ex-diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental. “É impossível.”

Zalles – e Milei – reconhecem que a dolarização é uma medida drástica, mas argumentam que é o remédio para uma situação péssima.

Alguns dos assessores de Milei começaram a minimizar alguns aspectos de suas propostas em meio a uma enxurrada de críticas. Eles dizem que ele não dolarizaria a economia imediatamente se não houver dólares no banco central – que Milei também não pretende fechar, como havia dito antes, dizem.

Para Zalles, o foco deve ser as reservas brutas. Estima-se que os argentinos detêm até US$ 200 bilhões fora do sistema bancário e mais US$ 250 bilhões em contas no exterior.

Uma vez dolarizada a economia, esse dinheiro fluiria para o sistema, argumenta Zalles, e atenuaria os receios sobre uma potencial corrida aos bancos, semelhante ao que aconteceu no Equador, quando Zalles e dois outros economistas supervisionaram a mudança de sucres para dólares.

Créditos

Últimas Notícias

ver mais
Prêmio Nobel de Medicina será anunciado na manhã desta segunda-feira
Mundo

Prêmio Nobel de Medicina será anunciado na manhã desta segunda-feira

Há 5 horas
EUA enfrentam onda crescente de saques organizados a lojas e supermercados
Mundo

EUA enfrentam onda crescente de saques organizados a lojas e supermercados

Há 6 horas
Biden diz que EUA 'não abandonará' Ucrânia após acordo para evitar paralisação do governo
Mundo

Biden diz que EUA 'não abandonará' Ucrânia após acordo para evitar paralisação do governo

Há 9 horas
Incêndio em complexo de boates na Espanha deixa 13 mortos
Mundo

Incêndio em complexo de boates na Espanha deixa 13 mortos

Há 10 horas
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais